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São Paulo, sábado, 14 de junho de 2003

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VENEZUELA

Governistas tentavam impedir protesto opositor

Choques entre chavistas e polícia de Caracas deixa ao menos 16 feridos

DA REDAÇÃO

Ao menos 16 pessoas ficaram feridas, sete delas à bala, durante confrontos ontem em Caracas entre a polícia e simpatizantes do presidente Hugo Chávez, que tentavam impedir a realização de uma manifestação da oposição.
A Polícia Metropolitana, ligada ao prefeito Alfredo Peña, opositor de Chávez, disparou bombas de gás em direção a algumas centenas de chavistas, que revidaram com garrafas, pedras e fogos de artifício. Um dos feridos estava em estado grave.
Os manifestantes pró-Chávez tentavam romper um cerco policial para chegar ao local, no bairro Petare, onde cerca de 2.000 opositores faziam uma passeata para cobrar um referendo para revogar o mandato do presidente.
Ambulâncias tiveram que retirar pacientes de um hospital próximo para evitar que eles fossem intoxicados pelo gás lacrimogêneo atirado pela polícia.
O vice-presidente José Vicente Rangel acusou a oposição de incitar a violência e ameaçou processar os responsáveis.
Os incidentes de ontem mostram que as divisões na sociedade venezuelana permanecem, apesar do acordo assinado no fim do mês passado entre o governo e a oposição para permitir a realização de um referendo sobre o mandato de Chávez, desde que os opositores reúnam um mínimo de 2,5 milhões de assinaturas, como exige a Constituição.
As tensões têm sido uma constante há quase dois anos. Em abril do ano passado, Chávez sobreviveu a um golpe de Estado que o tirou do poder por dois dias.
A oposição acusa o presidente de governar de maneira autoritária e de arruinar a economia do país com suas políticas esquerdistas. Chávez, por sua vez, se diz alvo de uma conspiração golpista, com o apoio dos meios de comunicação, por ter acabado com os privilégios das elites que governaram o país por décadas.
A oposição pretende agora reunir, a partir de agosto, as assinaturas necessárias para pedir a convocação de um referendo sobre o mandato de Chávez, que termina no início de 2007. Chávez diz que referendos sobre os mandatos de ocupantes de outros cargos eletivos -incluindo de adversários- devem ser realizados antes da votação sobre o seu mandato.


Com agências internacionais


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