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EUROPA
Esboço de Constituição do bloco é apresentado e servirá de base para aprovação de versão final do documento, até o fim do ano
Projeto estabelece que UE terá presidente
DA REDAÇÃO
Após 16 meses de discussões, a
convenção da União Européia encarregada de definir uma Constituição para o bloco apresentou
ontem o primeiro esboço do documento. A futura Carta Magna
visa aumentar os poderes da UE,
facilitar as tomadas de decisão e
dar ao bloco um novo perfil em
assuntos internacionais.
O esboço da primeira Constituição da UE será debatido por seus
líderes na cúpula marcada para a
semana que vem, na Grécia.
"Eu agora vou apresentar ao
Conselho Europeu, em Tessalônica, nosso trabalho conjunto, que
proverá a base para um futuro
tratado constitucional da Europa", afirmou o ex-presidente
francês Valéry Giscard d'Estaing,
chefe da CFE (Convenção sobre o
Futuro da Europa).
O esboço apresentado ontem
pelos 105 membros da CFE não é
a versão final, mas estabelece alguns pontos que foram alvo de
polêmica durante as discussões,
por conta das diferenças de posições entre os países-membros em
relação a uma possível federalização da UE. Alguns pontos-chave
devem continuar em discussão
até a aprovação do texto final da
Constituição, até o fim do ano.
Entre os pontos já definidos no
esboço está a instituição de um
presidente e de um chanceler para
a UE, a adoção de mais votações
por maioria, sem necessidade de
unanimidade, para facilitar a tomada de decisões, e a remodelação da Comissão Européia, o órgão executivo do bloco.
Giscard d'Estaing disse que recomendará aos países-membros
que tomem o texto de ontem como base para as discussões da
versão final, mas que "não se afastem muito dele, porque a sua negociação foi difícil".
Entre os pontos que ainda devem ser resolvidos está a adoção
da votação por maioria também
em questões sobre as políticas externa, de defesa, de impostos, de
assuntos sociais e de imigração.
O Reino Unido quer manter o
poder de veto nacional para esses
temas. Essas questões e a redefinição do peso de cada país nas votações devem ser discutidas a partir
de julho.
Reações
As primeiras reações ao texto
anunciado ontem foram de entusiasmo. "Foi um resultado muito,
muito bom", disse o chanceler
(premiê) alemão, Gerhard Schröder. O premiê da Dinamarca, Anders Fogh Rasmussen, disse que o
projeto "pavimenta o caminho
para uma UE mais simples, aberta, democrática e efetiva".
Para o chanceler francês, Dominique de Villepin, a Constituição
tornará a UE um ator-chave no
cenário mundial. "Estamos estabelecendo uma nova era política
que determina o papel da Europa
no cenário mundial", disse.
Apesar dos elogios, o Reino
Unido e a Espanha reiteraram que
o esboço da Constituição não é a
versão final e que ainda precisa de
revisões. "Ele é um bom começo
para as negociações finais", afirmou o negociador-chefe britânico, Peter Hain.
"O resultado é imperfeito, mas é
mais do que nós esperávamos",
afirmou Giscard d'Estaing.
Após a cúpula da UE em Tessalônica, nos dias 20 e 21 de junho, a
CFE fará os últimos ajustes no
projeto, que deverá receber a
aprovação final por uma Conferência Intergovernamental, que
começa em outubro.
Com agências internacionais
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