São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 2011

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Itália reforça plano para reduzir rombo

Governo anuncia mais ajustes e privatizações para acalmar mercados, em programa que será votado amanhã

Agência de risco tece elogios ao pacote ao manter nota italiana em grau de investimento, mas rebaixa a Grécia

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Pressionado pelos mercados e pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), o governo italiano anunciou ontem um reforço no pacote de ajustes fiscais para evitar que a crise chegue ao país.
O objetivo do plano, que tem que ser passar pelo Parlamento, é trazer o deficit público para perto de zero até 2014, alvo que foi estipulado pela União Europeia.
O FMI cobra que o rombo nas contas públicas, que foi de 4,5% no ano passado, baixe para 3% até o ano que vem.
A princípio, os ajustes fiscais previstos no pacote somariam € 48 bilhões (R$ 107 bilhões). O jornal espanhol "El Pais" citou ontem que os cortes podem chegar a € 65 bilhões.
As mudanças no pacote vão incluir privatizações de empresas estatais e redução de benefícios fiscais, além de cortes de gastos, anunciou o ministro de Finanças da Itália, Giulio Tremonti.
O decreto para equilibrar o orçamento será reforçado para um período de quatro anos completos, disse o ministro, na associação de bancos do país.
Na mesma palestra, o presidente do BC italiano e futuro presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, cobrou a adoção urgente das medidas, que devem ser votadas amanhã.
A aprovação será uma prova de fogo para o primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que pediu anteontem união nacional e sacrifícios.
A perspectiva de que o pacote será aprovado ajudou a acalmar os mercados. O retorno sobre os títulos da dívida italiana com vencimento em dez anos fechou em queda, a 5,54%, depois de ultrapassar 6% na véspera.
A melhora na percepção de risco ocorreu depois de dois dias seguidos de nervosismo, diante do temor de que a crise deixasse os países considerados periféricos_ Grécia, Portugal e Irlanda_ e chegasse a economias centrais.
A Itália é a terceira maior economia da zona do euro e tem a segunda maior taxa de endividamento da região, de 120% do PIB (Produto Interno Bruto).

RISCO
Em compensação, a agência de classificação de risco Fitch Ratings fez ontem um afago à Itália, ao declarar que o governo deve ser bem-sucedido na redução do deficit público, como planejado.
A avaliação da Fitch Ratings veio junto com a manutenção da nota de risco do país em AA-, classificado como grau de investimento, ou seja, entre os mercados mais seguros para se investir.
A mesma agência rebaixou a nota de risco da Grécia para CCC, deixando o país com a pior nota do mundo, o que já tinha sido feito pela Standard & Poor´s.
A Fitch justificou que a nova nota reflete a ausência de um programa crível da União Europeia e do FMI de financiamento à Grécia.


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