São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 2011

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ENTREVISTA

Fim do euro é a única solução, avalia historiador

VAGUINALDO MARINHEIRO
ENVIADO ESPECIAL A EDIMBURGO

O historiador Niall Ferguson, de Harvard, sempre foi um crítico da moeda única europeia. Em 2000, após a adoção do euro, Ferguson já previa que a moeda não duraria dez anos.
Agora, afirma, a Europa precisa agir rápido: acabar com a união monetária para salvar a União Europeia.
Ferguson deu ontem palestra na Escócia dentro da TED, conferência sobre tecnologia, entretenimento e design que termina amanhã.
Depois, conversou com jornalistas sobre a crise na Europa e nos EUA.

 

Pergunta - O que a Europa deve fazer contra a crise da dívida?
Niall Ferguson -
Quando se adotou o euro, eu já dizia que não iria funcionar -você não pode ter união econômica sem união fiscal- e que as enormes diferenças entre países causariam o colapso do sistema. É o que vemos agora.

A política de empréstimos não resolve. O que fazer?
Há duas opções para a Europa hoje: ou se transformar numa Federação, como os EUA, ou abandonar essa ideia de moeda única. Mas não há vontade política para a Federação.
Estamos muito próximos de uma crise enorme. Os mercados já se voltaram para Itália e Espanha. Não faz sentido manter uma política de moeda única se você questionar a participação desses países.

Não é possível excluir países e salvar a moeda?
Eu acho que é preciso acabar com a moeda única para salvar a União Europeia. Não há outra solução. A Grécia não vai ser competitiva com a mesma política monetária da Alemanha. Nem Portugal.

Por que a Europa está demorando para tomar uma atitude mais drástica?
Porque as pessoas em Bruxelas (sede da UE) e em Frankfurt (sede do Banco Central Europeu) continuam a negar a realidade.

E o problema do deficit nos Estados Unidos?
Essa discussão sobre calote é estúpida. Entramos num território muito perigoso quando encontramos na mesma manchete os termos "EUA" e "calote".
Mesmo com o enorme problema fiscal dos EUA, não devemos falar de calote agora. É incrível que os republicanos estejam tão doutrinários que não queiram nem discutir o fim de buracos no sistema tributário e nas despesas do país para reduzir o deficit.

FOLHA.com
Leia a íntegra da entrevista
www.folha.com/mu943255


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