São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 2002

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GUERRA SEM LIMITES

Pesquisa diz que o apoio ao uso de tropas terrestres cai de 57% para 40%, no caso de muitas baixas

69% nos EUA apóiam ação contra o Iraque

DA REDAÇÃO

A maioria dos americanos apoiaria um eventual ataque ao Iraque para derrubar o ditador Saddam Hussein. Segundo uma pesquisa "The Washington Post"/ABC News, 69% se mostraram a favor da ação, desde que os EUA não agissem sozinhos e pedissem autorização ao Congresso. O apoio está mais ou menos estável desde o início do ano, segundo levantamentos semelhantes.
O apoio ao uso de tropas, porém, cai de 57% para 40% quando os entrevistados são confrontados com a possibilidade de um grande número de baixas do lado americano. Nesse caso, a oposição ao ataque com tropas terrestres sobe de 36% para 51%.
O presidente americano, George W. Bush, afirma que Bagdá está desenvolvendo armas químicas, biológicas e nucleares de destruição em massa. Para derrubar o regime do ditador Saddam Hussein, Bush afirma que poderia até mesmo lançar mão de uma ação unilateral, isto é, sem o aval de países amigos.
Porém a pesquisa indicou que pouco menos da metade dos que mostraram apoio continuariam a fazê-lo se os aliados americanos não participassem da ação.
Esse é exatamente um dos maiores problemas dos planos do Pentágono: o chanceler (premiê) alemão, Gerhard Schröder -que está em campanha eleitoral-, e o presidente francês, Jacques Chirac, vem colocando empecilhos à participação de seus países -só o premiê britânico, Tony Blair, continua a ser o aliado de primeira hora de Washington.

Aval do Congresso
Entre os americanos entrevistados, 79% acham também que uma ação teria de contar antes com a aprovação do Congresso. Os governos aliados dos EUA vão além e afirmam que um ataque só seria legal, do ponto de vista internacional, se fosse previsto por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.
Uma coisa parece incontestável: a grande maioria (79%) dos americanos crê que o Iraque represente uma ameaça.
Mas os entrevistados se dividiram quanto à firmeza de Bush a respeito do Iraque e de uma eventual ação para tirar Saddam do poder: 45% acham que o presidente tem uma política clara; 42% acham que não.
Para 58% da população, o antecessor Bush, o democrata Bill Clinton, mostrava uma política clara a respeito de Bagdá.

Transporte de armas
Ontem, a Marinha dos EUA confirmou que está procurando grandes navios de transporte para levar helicópteros e armas para a região do mar Vermelho. A Marinha havia negado essa informação anteontem.
O fato de estar levando equipamento bélico para a região aumenta as especulações de que Washington estaria se preparando logisticamente para um ataque ao Iraque.

Al Qaeda
O FBI (polícia federal dos EUA) obteve informações de um governo estrangeiro sobre possíveis planos para atentados da rede terrorista Al Qaeda contra Nova York, San Francisco e Chicago, disso o diário "The New York Times".
Segundo o "Times", essas informações foram dadas por uma pessoa que já havia dado informações confiáveis antes.
Os alvos potenciais mais conhecidos seriam as pontes do Brooklyn, em Nova York, e a Golden Gate, em San Francisco.
Denúncias anônimas dizem que os ataques ocorreriam no dia 11 de setembro, quando o maior atentado terrorista da história completará um ano e haverá grande mobilização popular nos EUA para lembrar o fato.


Com agências internacionais


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