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ORIENTE MÉDIO
País vai indiciar líder palestino por assassinato
Suprema Corte israelense impede expulsão de parentes de acusados
DA REDAÇÃO
A Suprema Corte de Israel bloqueou ontem a deportação de três
parentes de palestinos acusados
de terrorismo. Os juízes pediram
um prazo de 15 dias para avaliar a
apelação dos réus, que haviam sido condenados por uma corte militar a serem expulsos da Cisjordânia para a faixa de Gaza.
Promotores do Exército israelense acusam dois homens e uma
mulher de terem ajudado seus irmãos na preparação de atentados.
O governo vê a expulsão e a demolição de casas de familiares de
terroristas na Cisjordânia como
uma forma de desestimular os palestinos a participar de atos de terror. Grupos defensores dos direitos humanos afirmam que a expulsão de parentes seria uma forma de punição coletiva e violaria
o direito internacional.
Israel anunciou ontem que vai
indiciar por assassinato Marwan
Barghouti, secretário-geral na
Cisjordânia do Fatah (partido do
presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat).
O Ministério da Justiça afirmou
que, na quarta-feira, ele será acusado numa corte de Tel Aviv de,
entre outras coisas, organizar ataques que mataram dezenas de civis e participar de uma organização terrorista -as Brigadas dos
Mártires de Al Aqsa.
O julgamento, que deve começar dentro de poucas semanas,
pode estimular mais violência na
região, já que Barghouti é um dos
mais populares líderes da Intifada
(levante palestino contra a ocupação, iniciado em setembro de
2000). Se condenado, ele pode receber pena de prisão perpétua.
Abbas Zaki, membro do comitê
central do Fatah, acusou Israel de
organizar uma encenação política
com o julgamento, que poderia
transformar Barghouti num
"grande símbolo nacional" palestino. Segundo pesquisas de opinião, ele só perde hoje em popularidade na Cisjordânia e na faixa
de Gaza para Arafat.
Militantes de dois grupos extremistas islâmicos palestinos
-Hamas e Jihad Islâmico- se
negaram ontem a subscrever uma
declaração defendendo o fim dos
ataques contra civis em território
israelense.
Representantes de grupos armados reunidos em Gaza tentaram nesta semana anunciar que, a partir de agora, apenas soldados e
colonos judeus seriam alvejados.
Um líder do Tanzim, milícia ligada ao Fatah, afirmou que sua
organização decidiu suspender
ações dentro de Israel. Disse esperar que as Brigadas dos Mártires
de Al Aqsa, ala mais radical do
Tanzim, siga a mesma política.
Imigração em queda
O Escritório Central de Estatísticas israelense revelou ontem uma
queda no número de judeus que
imigram para o país. No primeiro
semestre deste ano, 14,9 mil pessoas foram viver em Israel, contra
20,5 mil no mesmo período de
2001, uma queda de 27%. Em relação a 2000, a queda foi de 45%. A
violência da Intifada e a crise econômica são as principais causas
da redução da imigração.
Um dos poucos países que aumentaram a sua "exportação" de
pessoas para Israel foi a Argentina, que tem vivido caos político e
econômico. Cerca de 2.500 judeus
argentinos imigraram neste ano,
contra 687 nos seis primeiros meses do ano passado.
Com agências internacionais
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