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São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 2003

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ARGENTINA

Polícia deterá 2 diplomatas que atuam em Cuba

ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES

Um grupo de policiais argentinos viajou ontem a Havana, em Cuba, para prender e repatriar para a Argentina dois diplomatas que trabalham para o governo argentino em Cuba. Eles terão prisão decretada assim que chegarem a Buenos Aires. A informação foi obtida pela Folha com uma fonte do governo argentino.
O motivo das prisões não foi confirmado, mas segundo informações extra-oficiais seriam processos movidos contra os diplomatas na Justiça da Província de Buenos Aires. Segundo a fonte, o Ministério das Relações Exteriores deve divulgar um comunicado oficial sobre o caso e fornecer maiores informações ainda hoje.

Militares
O tema jurídico têm dominado o noticiário argentino nas últimas semanas, com o presidente Néstor Kirchner promovendo uma "purga" nas instituições do país.
Analistas consideraram uma vitória política de Kirchner a aprovação pela Câmara, anteontem, do projeto que anula as leis de anistia a militares envolvidos com a última ditadura (1976-83).
As leis de anistia, promulgadas no governo Raúl Alfonsín (1983-89), vinham sendo alvo de críticas de Kirchner, que pressionou para que o tema fosse debatido no Congresso -as leis impedem o julgamento de ex-torturadores.
O presidente também cobrou várias vezes uma posição da Suprema Corte sobre o assunto. O objetivo é apressar a anulação das leis e, assim, possibilitar que os ex-repressores sejam julgados na Argentina em lugar de serem extraditados a países que querem julgá-los. No Senado, o projeto deve ser analisado em 15 dias.
Advogados e especialistas em direito penal e constitucional questionam a sua validade jurídica, mas concordam que a anulação das leis no Congresso servirá para pressionar a Suprema Corte a declará-las inconstitucionais, como já fizeram tribunais menores. Além dos militares que constam das listas de extradição, estima-se que outros 2.400 venham a ser processados caso as leis deixem definitivamente de vigorar.


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