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ELEIÇÃO NOS EUA
Para Congresso, política de Bush concentra renda; republicano e democrata Kerry polemizam sobre o tema
Cortes nos impostos beneficiam os ricos
DA REDAÇÃO
A política de corte de impostos
do governo George W. Bush
-uma das principais ações do
presidente dos EUA na economia- gera controvérsias às vésperas da eleição no país-que
acontece em 2 de novembro.
Um relatório do apartidário
Congressional Budget Office (escritório de orçamento do congresso), divulgado ontem, aponta
que os mais favorecidos com os
cortes nos impostos são os mais
ricos e leva o foco da discussão
eleitoral à questão econômica.
Segundo o relatório, um terço
do corte na arrecadação de impostos federais, que vigora desde
2001, favoreceu apenas o 1% mais
rico da população (com salários
acima de US$ 1 milhão por ano).
Essas pessoas tiveram uma diminuição anual nos impostos de
cerca de US$ 78.460, mais de 70
vezes o benefício da classe média
(20% da população, que recebe
em média US$ 57.000 por ano e
pagou US$ 1.090 a menos em impostos em 2004).
Para as classes mais baixas, a
ajuda é ainda menor. Entre os
20% mais pobres, que recebem
em média US$ 16.620 por ano, o
corte foi de apenas US$ 250.
Com base nesses dados e em informações do déficit público e do
aumento no desemprego do país,
o candidato democrata, senador
John Kerry, iniciou uma agenda
de duas semanas com foco na
economia -lembrando a política
que ajudou Bill Clinton a vencer
George Bush, o pai, em 1992.
"Prometeram que o corte de
impostos dos mais ricos criaria
milhões de empregos, mas, ao
contrário, nós perdemos empregos, e os cortes na arrecadação levaram o país a um enorme déficit", disse. Mais de um milhão de
postos de trabalho foram fechados desde o início do governo
Bush. Kerry propõe uma remodelagem da atual plataforma: "Empregos antes de cortes."
Os republicanos defendem a
atual política argumentando que,
apesar de os cortes serem maiores
para os mais ricos, eles favorecem
toda a sociedade americana, e que
foram essenciais para evitar a recessão e o colapso das Bolsas de
Valores do país. "A economia está
crescendo. Superamos uma recessão, escândalos corporativos e
queda no mercado de ações", defendeu-se Bush em entrevista à
CNN anteontem.
Com agências internacionais e "The New
York Times"
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