São Paulo, sábado, 14 de agosto de 2010

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Prefeito de Buenos Aires será alvo de CPI por espionagem

Investigação pode afetar planos de político de concorrer à Presidência no ano que vem

GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES

O prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, será alvo de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigará seu envolvimento em um suposto esquema de espionagem e contratações ilegais montado na atual administração.
Aprovada anteontem na Assembleia Legislativa da capital argentina, a CPI se estenderá até dezembro e pode recomendar o impeachment do prefeito.
A perda do mandato, no entanto, é improvável, já que o partido de Macri (PRO) tem 24 dos 60 deputados e seriam necessários dois terços dos votos para destituí-lo.
A principal preocupação do prefeito é o prejuízo político que a CPI pode representar ao longo do ano.
Atualmente, ele é um dos principais opositores ao governo de Cristina Kirchner e já declarou que quer ser candidato a presidente nas eleições de outubro de 2011.
Desde maio, o prefeito é réu em um processo que investiga o mesmo esquema do qual tratará a CPI. Segundo o juiz responsável pelo caso, Macri empregou espiões na prefeitura para interceptar chamadas telefônicas de seu cunhado, Néstor Leonardo.
O prefeito supostamente desconfiava das intenções de Leonardo em relação à fortuna da família.
Outro foco das investigações é a Polícia Metropolitana de Buenos Aires, criada recentemente. Os opositores apontam irregularidades em licitações do órgão e dizem que parte dos contratados são ex-agentes repressores do regime militar argentino.
Caso a CPI recomende a destituição de Macri, ele será o segundo prefeito de Buenos Aires a ser julgado pelos deputados nesta década.
Em 2006, o então prefeito Aníbal Ibarra sofreu impeachment por "mau desempenho" da função, pelo caso de um incêndio ocorrido em uma casa noturna que resultou na morte de 194 pessoas. A casa supostamente recebeu licença dos órgãos municipais mesmo estando fora das normas.
Apesar de nunca ter sido indiciado judicialmente pelo acidente na boate, Ibarra perdeu o cargo por não ter apoio suficiente na Assembleia portenha.


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