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Prefeito de Buenos Aires será alvo de CPI por espionagem
Investigação pode afetar planos de político de concorrer à Presidência no ano que vem
GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES
O prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, será alvo
de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigará seu envolvimento
em um suposto esquema de
espionagem e contratações
ilegais montado na atual administração.
Aprovada anteontem na
Assembleia Legislativa da
capital argentina, a CPI se estenderá até dezembro e pode
recomendar o impeachment
do prefeito.
A perda do mandato, no
entanto, é improvável, já que
o partido de Macri (PRO) tem
24 dos 60 deputados e seriam
necessários dois terços dos
votos para destituí-lo.
A principal preocupação
do prefeito é o prejuízo político que a CPI pode representar ao longo do ano.
Atualmente, ele é um dos
principais opositores ao governo de Cristina Kirchner e
já declarou que quer ser candidato a presidente nas eleições de outubro de 2011.
Desde maio, o prefeito é
réu em um processo que investiga o mesmo esquema do
qual tratará a CPI. Segundo o
juiz responsável pelo caso,
Macri empregou espiões na
prefeitura para interceptar
chamadas telefônicas de seu
cunhado, Néstor Leonardo.
O prefeito supostamente
desconfiava das intenções de
Leonardo em relação à fortuna da família.
Outro foco das investigações é a Polícia Metropolitana de Buenos Aires, criada
recentemente. Os opositores
apontam irregularidades em
licitações do órgão e dizem
que parte dos contratados
são ex-agentes repressores
do regime militar argentino.
Caso a CPI recomende a
destituição de Macri, ele será
o segundo prefeito de Buenos Aires a ser julgado pelos
deputados nesta década.
Em 2006, o então prefeito
Aníbal Ibarra sofreu impeachment por "mau desempenho" da função, pelo caso
de um incêndio ocorrido em
uma casa noturna que resultou na morte de 194 pessoas.
A casa supostamente recebeu licença dos órgãos municipais mesmo estando fora
das normas.
Apesar de nunca ter sido
indiciado judicialmente pelo
acidente na boate, Ibarra
perdeu o cargo por não ter
apoio suficiente na Assembleia portenha.
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