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IRAQUE OCUPADO
Secretário-geral da ONU diz que consenso é "essencial e possível", Powell afirma que há base para negociações
Annan crê em acordo após ver chanceleres
DA REDAÇÃO
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse ontem, após uma
reunião com os chanceleres dos
cinco países que têm direito de veto no Conselho de Segurança da
ONU -os EUA, a França, o Reino Unido, a China e a Rússia-,
em Genebra, que um consenso
sobre o futuro do Iraque é "essencial e possível".
"As discussões de hoje [ontem]
não tinham como objetivo chegar
a soluções específicas. Elas vão
contribuir para a construção de
um consenso sobre o futuro do
Iraque, inclusive sobre a definição
do papel da ONU", afirmou Annan, na entrevista coletiva realizada após o encontro.
Os cinco países que têm direito
de veto no CS chegaram a Genebra divididos em relação ao cronograma da eventual entrega do
poder político às autoridades iraquianas.
A França pedia uma transferência de autoridade rápida, enquanto os EUA diziam que isso levaria
o Iraque ao caos, com os diferentes grupos étnicos e religiosos do
país se enfrentando em busca de
poder e de reconhecimento internacional.
Falando ao lado de Annan na
coletiva, o secretário de Estado
dos EUA, Colin Powell, afirmou
que o encontro de ontem tinha
dado aos chefes da diplomacia
dos cinco países uma "base para
as negociações" formais que
ocorrerão em Nova York, nesta
semana.
Ele disse sentir-se motivado pelas conversas com seus colegas e
que elas tinham mostrado a existência de "muitos pontos de convergência". Mas ele admitiu que
algumas dificuldades ainda terão
de ser superadas.
"É claro que ainda há diferenças
de opinião sobre nosso projeto de
resolução sobre o Iraque", afirmou Powell. Diferentemente do
que ocorreu anteontem, ele buscou minimizar as divergências
entre a França e os EUA. "Dominique e eu tivemos excelentes
conversas. Há uma base para as
negociações que ocorrerão em
Nova York", disse o secretário, referindo-se ao chanceler francês,
Dominique de Villepin.
"Estamos comprometidos com
a transferência de poder aos iraquianos. Vamos fazê-lo o mais rápido possível, mas de modo responsável", acrescentou Powell.
De Villepin se recusou a responder a uma questão sobre a possibilidade de a França fazer uso de
seu direito de veto no CS, dizendo
que tinha ido a Genebra para buscar soluções, "não para criar novos problemas".
Washington, que, na prática,
controla Bagdá e é a principal força de ocupação no Iraque, precisa
de dinheiro e de militares de outros países para continuar seus esforços de reconstrução. Porém os
americanos não acreditam que o
poder possa ser passado rapidamente às autoridades iraquianas,
conforme propõem países europeus, sobretudo a França.
Com o número de baixas entre
seus militares que estão no Iraque
aumentando quase diariamente e
com os custos da ocupação atingindo níveis bastante elevados,
Washington espera que uma nova resolução da ONU possa motivar outros países a apoiar a coalizão anglo-americana.
Powell no Iraque
Após a reunião em Genebra, o
secretário americano embarcou
rumo ao Oriente Médio para sua
primeira visita ao Iraque. O roteiro também inclui o Kuait.
O Departamento de Estado não
divulgou detalhes da visita, que
oficialmente será a primeira de
um secretário de Estado americano em mais de 40 anos.
Com agências internacionais
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