São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 2006

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Atirador mata um e fere 19 em escola de Montreal

Depois, autor, que usava casaco preto e piercings, acabou morto pela polícia

Segundo testemunhas, se tratava de um homem de cerca de 20 anos; colégio fica no centro da cidade do Canadá e tem 10 mil alunos

DA REDAÇÃO

Um atirador vestindo um casaco preto abriu fogo numa escola em Montreal (Canadá), matando pelo menos uma pessoa e ferindo outras 19, e acabou morto pela polícia.
"Pelas informações que temos, o suspeito foi morto pela polícia", disse o chefe da força local, Yvan Delorme, confirmando também o número de vítimas. Um dos feridos, uma mulher de 20 anos, acabou morrendo no hospital.
Segundo o hospital geral de Montreal, das 11 feridos a bala que recebeu, seis estavam em estado grave.
"Foi a coisa mais assustadora que já aconteceu comigo", contou a estudante Michael Boyer. "Corremos para fora do prédio enquanto uma equipe policial entrava. Eles estavam gritando "Onde está ele? Onde está ele?". E quando você tem 20 policiais correndo armados na sua direção, você realmente percebe que a sua vida está em perigo."
Testemunhas disseram ter visto sangue na escada de acesso à escola Dawson e na cafeteria, que fica no segundo andar do prédio, e que pelo menos 20 tiros haviam sido disparados.
Também relataram que o homem começado a atirar do lado de fora da escola, para depois entrar e voltar a disparar.
"Ele não disse nada. Tinha uma feição fria. Não havia nada no seu rosto. Ele não falou nada, não gritou um slogan ou qualquer coisa. Só começou a abrir fogo. Era um assassino frio e sangrento", afirmou a estudante Soher Marous.

Casaco preto
Outra testemunha disse que o atirador era branco, aparentava cerca de 20 anos, se vestia com um longo casaco preto e usava piercings. "Era o estereótipo, com o longo casaco preto e todos os ornamentos, piercings e coisas assim", descreveu.
A polícia ainda não havia divulgado informações sobre o autor da ação. Não sabia dizer, por exemplo, se ele era aluno da escola Dawson e se havia se concentrado em acertar mulheres, já que a única morta foi uma mulher.
A busca inicial dos policiais foi por três ou mais suspeitos, mas depois houve a confirmação de que era apenas um atirador. Uma emissora de televisão chegou a divulgar antes que havia quatro mortos, incluindo dois atiradores.
Robert Soroka, professor da escola Dawson, contou que ouvira os tiros da sua sala no quarto andar. "Podia ter sido uma situação muito pior, se tivesse ocorrido cinco minutos antes, quando os alunos deixavam suas classes."
A Dawson é uma escola em língua inglesa -o francês também é língua oficial no Canadá- na região central de Montreal e conta com 10 mil estudantes entre 16 e 19 anos.

Novo caso
A cidade, a segunda maior do país, já teve outra ação similar, em 1989, quando um atirador matou 14 mulheres e a si mesmo na Ecole Polytechnique.
Marc Lepine, 25, deixou na ocasião uma carta de três páginas dizendo que feministas haviam acabado com a sua vida e relacionando 19 personalidades femininas do Estado que gostaria de ter assassinado.
O novo incidente em Montreal lembra ainda o da escola Columbine, em 1999, no Colorado (EUA), por causa da roupa preta, que também era uma marca dos dois adolescentes que mataram 12 colegas e se suicidaram na ocasião.


Com agências internacionais

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