São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 2002

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ATENTADO EM BALI

Ataque alimenta temores de que a Al Qaeda estaria se reorganizando; EUA prometem ajuda à Indonésia

Mundo precisa enfrentar o terror, diz Bush

DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, George W. Bush, classificou ontem o atentado em Bali (Indonésia) como um ato "deplorável" e "covarde" e disse que os responsáveis pelo ataque eram "terroristas".
O atentado ocorreu anteontem, no aniversário de dois anos do ataque ao destróier dos EUA USS Cole no Iêmen, atribuído à rede terrorista Al Qaeda, que deixou 17 marinheiros americanos mortos.
"O mundo precisa enfrentar essa ameaça, o terrorismo", disse Bush. "E devemos chamar esse ato deplorável por seu nome correto: assassinato."
Ele afirmou que os EUA haviam oferecido assistência à Indonésia, mas não especificou se a ajuda seria na forma de especialistas americanos em contraterrorismo ou auxílio financeiro a programas indonésios de combate ao terror.
A Embaixada dos EUA em Jacarta afirmou que estava considerando a possibilidade de diminuir sua presença na Indonésia.
As explosões em Bali intensificaram temores de que a Al Qaeda tenha se reorganizado e esteja planejando novos ataques.
O vice-presidente do Comitê de Inteligência do Senado, Richard Shelby, afirmou que as explosões eram "definitivamente" um ato de terrorismo. "Creio que isso seja o início de algo muito maior que ainda vamos ver, talvez nos EUA", disse Shelby.
Um alto funcionário do governo dos EUA afirmou à agência Reuters que a Al Qaeda poderia estar envolvida nos ataques. "Há várias razões para dizer que pode ter sido obra deles [integrantes da Al Qaeda", mas ainda não sabemos", disse. "Eles estão há muito tempo na Indonésia. Estão todos fugindo do Afeganistão e têm que ir a algum lugar."
Uma porta-voz do Departamento de Estado dos EUA afirmou ontem que uma equipe do FBI havia sido enviada a Bali para ajudar nas investigações.
Ontem, o governo do Kuait declarou que o líder da célula terrorista acusada por um ataque na semana passada que matou um fuzileiro naval americano e feriu outro tinha ligações com a Al Qaeda. Especialistas também afirmaram que a explosão em um petroleiro francês na costa do Iêmen na semana passada lembrava o ataque ao USS Cole.
O jornal "The New York Times", citando fontes de alto escalão no governo dos EUA, afirmou que os incidentes no Iêmen e no Kuait mostravam "que a rede terrorista se reconstituiu, com grupos menores sendo estimulados a realizar novos ataques por novas mensagens inflamatórias de líderes da Al Qaeda".
John Howard, premiê da Austrália -país de origem da maioria das vítimas- disse que "a guerra contra o terror deve continuar com um vigor incansável e um compromisso incondicional".
O premiê britânico, Tony Blair, afirmou estar "horrorizado" com o atentado. O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Jack Straw, pôs à disposição do chanceler indonésio, Hasan Wirayudha, especialistas em terrorismo para investigar o ataque.
O Paquistão condenou "firmemente" o ataque em Bali, dizendo que se opõe ao "terrorismo sob qualquer uma de suas formas".


Com agências internacionais



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