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São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 2003

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Crise é ameaça à "sobrevivência", dizem islâmicos

DA REDAÇÃO

Um dos anfitriões da maior convenção de países islâmicos do planeta -o chanceler da Malásia, Syed Hamid Albar- afirmou ontem que a ocupação americana do Iraque e o tratamento dado por Israel aos palestinos são ameaças "à sobrevivência" dos muçulmanos de todo o planeta.
"Estamos reunidos aqui num momento caracterizado por grandes desafios à comunidade muçulmana. As ameaças representadas pelo unilateralismo, pela globalização e pelo terrorismo, além da precária situação no Oriente Médio e da incerteza sobre o futuro do Iraque, só servem para ameaçar a nossa própria sobrevivência", declarou o ministro na abertura da reunião de chanceleres da Organização da Conferência Islâmica (OCI), em Putrajaya, na Malásia.
A reunião de ontem da OCI, que tem 57 países-membros, serviu para preparar a reunião dos chefes de Estado e de governo do bloco, que ocorrerá nesta semana e tratará da ocupação iraquiana pela coalizão liderada pelos EUA.
Mas o chanceler iraquiano afirmou que os países muçulmanos têm de aceitar que a ocupação do Iraque ainda durará algum tempo. "Ninguém deveria questionar a intenção da população do Iraque de recuperar sua soberania e sua independência total, mas não acreditamos que isso seja fácil atualmente. Trata-se de algo que demanda tempo", disse Hoshyar Zebari, representante do Conselho de Governo Iraquiano (CGI), que foi apontado pelos EUA.
O Iraque pediu a ajuda dos países muçulmanos ao CGI e à coalizão liderada pelos EUA, incluindo o envio de soldados para trabalhar na manutenção da paz. Mas a idéia de criar uma força de paz muçulmana não foi bem acolhida pela maioria dos países da OCI.
O próprio Zebari reconheceu que não será fácil obter o apoio dos outros países muçulmanos no que se refere ao envio de tropas. "Não creio que haja desejo por parte dos países muçulmanos de enviar soldados", disse.


Com agências internacionais

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