|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"LIVE BLOGGING"
Ao vivo, blogueiros bocejam
NELSON DE SÁ
COLUNISTA DA FOLHA
Com menos de uma hora de
debate, a blogueira nova-iorquina Ane Marie Cox, do
Wonkette, não se conteve:
- Eu estou tão cansada.
A melhor tradução seria "eu estou de saco cheio" ("I'm so bored"), o que ela repetiu até o final.
Dos principais blogs americanos, o dela, que é mais liberal, o
relativamente centrista Instapundit, de Glenn Reynolds, e o The
Corner, mais conservador, concordaram que foi o pior dos três
debates. Reynolds:
- Vai ser difícil achar um placar para este terceiro debate, porque ambos estão com performances tão piores.
E John Derbyshire, quase no final, no The Corner:
- É um debate a mais do que
devia. Eu já tive o bastante desses
debates. Olha, estou fazendo o
meu melhor aqui, mas meus
olhos estão embaçando.
Se a conservadora Kate O'Beirne descrevia o democrata como
"sem atrativos", alguém a quem
os americanos "não vão se sentir
bem tendo que ver por quatro
anos", o ultraliberal Markos
Moulitsas, do blog recordista de
acessos Daily Kos, dizia do republicano:
- Ok, então medicaram Bush
para evitar que o Furioso Bush assustasse mais eleitoras, mas no lugar dele estamos com o menino
que faz piadas ruins.
Já Kerry, para o partidário Moulitsas, era o "mestre zen" -o que
em televisão não é necessariamente um elogio.
Só os blogueiros mais fanáticos,
como os do blogsforbush.com,
conseguiam se manter no ataque.
Eles e a editora Katharine Q.
Seelye, escalada pelo "New York
Times" para fazer a cobertura on
line -copiada dos blogs- no site do jornal.
Mas até ela, em meio às notas
críticas de parte a parte, observava que o democrata estava dando
"detalhes, detalhes, detalhes". E
que as piadas do republicano
eram sem-graça.
Pelo que se viu, o que manteve
os blogueiros acordados, à direita
e à esquerda, foram os temas mais
candentes, como homossexualismo, e uma ou outra citação pop,
por exemplo, ao personagem de
TV Tony Soprano.
Wonkette, no final, deu a vitória
ao mediador:
- Minha aposta: Bob Schieffer
venceu. A audiência perdeu.
Texto Anterior: Calombo misterioso Próximo Texto: Análise: O mundo ainda não sabe a resposta Índice
|