São Paulo, sexta-feira, 14 de outubro de 2005

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TRAGÉDIA NOS EUA

Segundo reportagem da rede CNN, médico relatou que prática ocorreu em hospital de Nova Orleans

Eutanásia durante Katrina é investigada

DA REDAÇÃO

O Departamento da Justiça do Estado da Louisiana está investigando denúncias de que funcionários de um hospital em Nova Orleans realizaram eutanásia em pacientes três dias após o furacão Katrina ter atingido a cidade, segundo informou a rede CNN.
Um médico do hospital foi entrevistado pelo canal de TV americano e disse que, embora não tenha testemunhado nenhum caso de eutanásia, "a maioria das pessoas sabe que aconteceu algo que não deveria ter acontecido".
Frank Minyar, legista de Orleans Parish, um distrito da cidade, disse que investigadores relataram que a eutanásia pode ter sido praticada no hospital. O Departamento da Justiça da Louisiana pedirá que os 45 corpos retirados do hospital após a passagem do Katrina passem por autópsia.
De acordo com o relato dado pelo médico Bryant King à CNN, sem energia para manter os equipamentos ligados, a equipe do hospital só podia realizar o atendimento básico. Operações de remoção eram esporádicas -apenas botes ou helicópteros chegavam ocasionalmente para recolher alguns pacientes.
Segundo Bryant King, um colega mencionou uma conversa com uma pessoa da administração do hospital e um médico que, na ocasião, defendeu a prática da eutanásia. Cerca de três horas depois do relato feito pelo colega de King, uma área do hospital foi ocupada por pacientes e dois médicos, incluindo o que citou a possibilidade de realizar eutanásia.
Um membro da administração, também presente, perguntou às pessoas no local se elas queriam participar de uma oração. Logo depois, um dos médicos chegou com seringas.
King relata que não sabia qual era o conteúdo das seringas. Ele declarou que decidiu deixar o hospital em um dos botes a partir daquele momento.
No começo deste mês, investigadores de Nova Orleans pediram a King que contasse novamente o que testemunhara. A CNN afirma que entrou em contato com o médico que teria proposto eutanásia, mas ele não quis comentar o caso, segundo a rede.

Documentário
O cineasta Spike Lee afirmou que irá a Nova Orleans com o objetivo de gravar imagens para um documentário sobre a relação entre política, raça e a passagem do Katrina. Lee diz que fará "jornalismo factual". Washington sofreu acusações de que o lento socorro às vítimas ocorreu porque a maioria delas era negra e pobre.


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