São Paulo, sexta-feira, 14 de outubro de 2005

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TRAGÉDIA NA ÁSIA

ONU pede mais ajuda a vítimas do terremoto

DA REDAÇÃO

Embora a ONU tenha anunciado ontem que as doações de diversos países aos sobreviventes ao terremoto que atingiu o sul da Ásia no último final de semana chegaram a US$ 165 milhões, o subsecretário-geral da entidade, John Egeland, sinalizou que os esforços não são suficientes.
"Eu temo que estejamos perdendo a corrida contra o relógio nos pequenos vilarejos", disse Egeland, que também é coordenador da área de ajuda humanitária da ONU, sobre a situação dos sobreviventes no Paquistão, país mais atingido pelo sismo.
Egeland sobrevoou ontem a cidade de Muzaffarabad, capital da Caxemira paquistanesa, local do epicentro do terremoto. No vôo, o coordenador da ONU constatou que milhões de pessoas ainda precisam de comida, remédios, abrigo e lençóis.
"Eu nunca havia visto tamanha devastação antes", disse Egeland. O coordenador da ONU pediu que os doadores internacionais providenciassem mais helicópteros e tendas.
Além da dificuldade que as equipes de assistência têm para chegar aos locais mais remotos e da insuficiência de recursos para os sobreviventes, um outro tremor, de 5,6 graus na escala Richter, que atingiu anteontem o Paquistão, apavorou pessoas e prejudicou os trabalhos de resgate.
Em Muzaffarabad, socorristas que tentavam resgatar uma mulher de 22 anos presa em escombros tiveram de interromper o trabalho em razão do tremor secundário. Quando voltaram ao local, a mulher havia morrido.
A Cruz Vermelha informou que a destruição nos dois vales próximos a Muzaffarabad pode ser maior do que a ocorrida na própria cidade, que teve 70% de suas edificações destruídas.
O número oficial de mortos pelo terremoto já chegou a 25 mil, e 63 mil pessoas estão feridas.
Os esforços para socorrer os sobreviventes ao terremoto envolveram até um médico que já cuidou do terrorista Osama bin Laden, líder da rede Al Qaeda. O médico paquistanês Amer Aziz está trabalhando num dos hospitais improvisados em Muzaffarabad.
Aziz, um cirurgião ortopedista treinado no Reino Unido, foi detido depois do 11 de Setembro, suspeito de ligação com terroristas, mas foi solto posteriormente.

Atentado
Na porção indiana da Caxemira, a polícia informou que uma mulher-bomba se explodiu perto de um comboio militar. Segundo um grupo de militantes, cinco soldados indianos morreram, mas o Exército da Índia negou.
Vários grupos de rebeldes islâmicos lutam pela independência da Caxemira em relação à Índia, na fronteira com o Paquistão.


Cm agências internacionais

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