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ÁSIA
Informação é de delegados do congresso do partido; na primeira sucessão pacífica da história do PC, Hu Jintao deve assumir o poder
Jiang deixa liderança do PC chinês amanhã
DA REDAÇÃO
Os delegados que participam
do 16º Congresso do Partido Comunista da China puseram fim a
meses de especulações ontem,
quando confirmaram que o presidente Jiang Zemin, 76, deixará a
liderança do partido amanhã e
abrirá caminho para uma nova
geração de líderes.
Cinco outros dirigentes, incluindo o chefe do Parlamento
chinês, Li Peng, e o premiê Zhu
Rongji, também deverão deixar o
Politburo, a instância mais alta do
PC (que tem sete membros), de
acordo com os delegados. Trata-se da primeira vez na história do
PC chinês em que há uma sucessão sem sobressaltos.
Hu Jintao, 59, atual vice-presidente chinês, deverá ser o único
membro da cúpula do partido a
concorrer à reeleição para um
posto no Comitê Central, ainda
segundo os delegados, o que indica que ele deverá ser designado
para liderar o PC.
"Exceto Hu, nenhum dos candidatos ao Politburo é do Comitê
Central. Os mais velhos querem
abrir caminho para líderes mais
jovens, que deverão dar continuidade ao desenvolvimento do
país", afirmou um delegado, que
não quis identificar-se.
Segundo a constituição do PC,
seu secretário-geral deve ser
membro tanto do Politburo
quanto do Comitê Central.
Depois de meses de disputas pelo poder e de mistério, esses são os
primeiros sinais definitivos de
que a quarta geração de líderes vai
assumir o controle da cena política da China, o país mais populoso
do planeta, com mais de 1,2 bilhão
de habitantes.
Mao Tse-tung, Deng Xiaoping e
o próprio Jiang são os maiores representantes das três primeiras
gerações de líderes chineses.
Jiang deixará o posto de presidente chinês durante um encontro no Parlamento, em março de
2003, quando seu segundo mandato chegará ao fim.
"Trata-se de algo sem precedente na história da China comunista.
Essa sucessão servirá de exemplo
para todos os futuros líderes do
partido. Mas, ao mesmo tempo,
ela levanta questões sobre o que
os líderes farão quando estiverem
aposentados. Eles não vão simplesmente desaparecer", disse um
analista político chinês, que também não quis identificar-se.
Para especialistas ocidentais,
Jiang deverá manter uma posição
de destaque -embora informal- na cena política chinesa.
Ele seria uma espécie de eminência parda, segundo seus detratores, ou de conselheiro sábio, de
acordo com seus simpatizantes.
Além disso, Jiang terá sua teoria
política registrada na constituição
do PC, o que influenciará os novos líderes, e poderá manter o
controle da Comissão Militar
Central, como fez seu predecessor, Deng.
Por enquanto, oficialmente,
ninguém sabe o que fará Jiang,
que foi responsável por um enorme crescimento econômico e pela
melhora da imagem internacional da China, durante sua aposentadoria. Apesar do desenvolvimento econômico obtido pelo
país durante seus anos no poder,
ele deixou de fazer reformas políticas e permitiu que a corrupção
se alastrasse. O desemprego também tem aumentado no país.
Como a maioria dos chineses,
Dong Mei, 28, que trabalha numa
seguradora, afirmou não conhecer Hu muito bem. Ela ressaltou,
no entanto, que isso não é importante. "A China é como um trem.
Ela foi colocada em movimento e,
atualmente, só pode avançar",
disse.
Com agências internacionais
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