DA REDAÇÃO

O combate aos pequenos delitos e às atitudes anti-sociais, como base de uma política de tolerância zero, foi o foco do tradicional discurso que a rainha britânica, Elizabeth 2ª, faz anualmente à nação, no qual as diretrizes do governo para o ano seguinte são delineadas.
Novas leis sobre saúde, julgamentos e de licença para determinados serviços também fazem parte dos planos do governo do premiê Tony Blair, divulgados pela rainha em seu discurso, na Câmara dos Lordes.
Apesar do endurecimento das leis, uma das medidas relaxa a conhecida restrição ao funcionamento dos pubs. A nova diretriz pretende permitir que os bares possam ficar abertos 24 horas -hoje, eles são obrigados a fechar até as 23h.
No entanto pequenos delitos, como pichações, vandalismo, brigas de rua e entre vizinhos, deverão ser duramente combatidos. A polícia poderá obrigar os infratores a pagar multas no ato em que essas contravenções forem cometidas.
A rainha anunciou ainda planos que prevêem introduzir novos tipos de sentenças para criminosos perigosos e para jovens delinquentes. Os planos de segurança também têm como meta o estabelecimento de um intercâmbio maior com outros países para combater o tráfico de drogas.
"No coração do programa legislativo do meu governo há um compromisso em reformar a Justiça criminal para garantir a segurança de vítimas, testemunhas e comunidades", disse Elizabeth 2ª.
Os planos de Blair foram duramente criticados por grupos de direitos humanos. Segundo eles, o projeto concede à polícia poderes sem precedentes e é injusto com os pobres.
O líder do Partido Conservador britânico, Iain Duncan Smith, disse que "não será minando as liberdades civis que a criminalidade diminuirá".
O programa de Blair também prevê que o Parlamento terá de decidir no próximo ano qual será a legislação sobre a caça à raposa.
O discurso da rainha seguiu o ritual tradicional -ela chegou à Câmara dos Lordes em uma carruagem e fez o discurso sentada em um trono dourado. Os lordes também ficaram sentados, enquanto Blair e o resto da audiência tiveram de ficar de pé.