São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 2002

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TERROR

Analistas temem que doença erradicada em 1980 seja usada como arma por terroristas; população não será vacinada

Bush e militares serão vacinados contra a varíola

DA REDAÇÃO

O presidente dos EUA, George W. Bush, anunciou ontem que seu governo vai vacinar soldados americanos e alguns civis, incluindo ele próprio, contra a varíola. A doença foi declarada erradicada em 1980, mas se teme que possa ser usada como arma biológica por terroristas.
"Nosso governo não tem nenhuma informação de que um ataque com o vírus da varíola seja iminente, mas é prudente nos prepararmos para a possibilidade de que terroristas que matam indiscriminadamente usem doenças como armas", disse Bush.
O plano deve começar com a vacinação de cerca de 1 milhão de soldados e trabalhadores dos serviços de assistência médica e, depois, ser expandido para incluir milhões de pessoas que trabalham em serviços de emergência.
Bush disse que as vacinações começariam com militares e outros funcionários do governo americano em regiões de alto risco. "Como comandante-em-chefe, não creio que possa pedir a outros que aceitem esse risco a menos que eu esteja disposto a fazer o mesmo. Portanto, receberei a vacina junto com nossos militares."
Mas Bush disse que nem sua família nem sua equipe receberiam a vacina porque funcionários do equivalente americano ao Ministério da Saúde não acham que a vacinação seja necessária para a população em geral.
"No momento, o caminho responsável é fazer preparações cuidadosas e completas se um programa mais amplo de vacinação for necessário no futuro", disse Bush. "Pode haver cidadãos que insistam em ser vacinados agora. Nossas agências de saúde trabalharão para acomodá-los."
O último episódio de varíola contraída naturalmente ocorreu em 1978, e os EUA pararam de vacinar seus cidadãos contra a doença em 1972. Mas analistas temem que o Iraque, a Coréia do Norte e grupos terroristas tenham conseguido transformar a varíola em uma arma biológica.
Bush afirmou que o vírus da varíola ainda existe em laboratórios. "Acreditamos que regimes hostis aos EUA podem possuir esse perigoso vírus", disse.
Efeitos colaterais da vacina contra varíola podem causar a morte de uma ou duas pessoas a cada 1 milhão de vacinadas.


Com agências internacionais


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