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EUROPA
Ajuda aos dez novos membros será de 40,83 bi
UE faz acordo sobre como pagar a conta da expansão para o leste
DA REDAÇÃO
Abrindo caminho para a maior
expansão da história da União
Européia, os líderes dos 15 países-membros do bloco e dos dez candidatos a aderir a ele, a maioria
destes do Leste Europeu, chegaram a um acordo ontem sobre o
financiamento da ampliação, que
deverá ocorrer em 2004.
Ainda ontem, na cúpula realizada em Copenhague, na Dinamarca, os chefes de Estado e de governo dos países da UE confirmaram
que a Turquia poderá começar a
negociar sua entrada no bloco em
dezembro de 2004 se conseguir
mostrar que respeita os critérios
de adesão.
A Turquia, que conta com o
apoio de Washington, queria que
as negociações começassem em
2003, mas, mesmo assim, disse
aceitar a decisão da UE, pois ao
menos uma data clara foi marcada. Para mostrar sua boa vontade,
Ancara aceitou levantar seu veto
aos planos da UE de montar uma
força de manutenção da paz que
usará parte da capacidade militar
da Otan (aliança militar ocidental). A Turquia faz parte da Otan.
Há muito tempo, a administração americana pressiona os líderes da UE a dar início às negociações com a Turquia. De acordo
com especialistas, os EUA têm
duas razões para querer que a
Turquia seja aceita pelos Estados
europeus. Primeiro, com isso, a
Turquia seria "influenciada pelo
clima democrático europeu". Segundo, as bases turcas seriam indispensáveis caso os EUA decidissem atacar o Iraque, do ditador
Saddam Hussein.
Porém, ontem, as atenções estavam voltadas para as negociações
sobre o financiamento da ampliação do bloco, que só terminaram
após quatro horas de tensos debates. "A entrada dos dez candidatos porá fim às divisões existentes
na Europa", disse Romano Prodi,
presidente da Comissão Européia, o órgão executivo da UE.
O acordo só foi concluído após
muitas negociações porque os
países candidatos, sobretudo a
Polônia e a República Tcheca, travaram uma longa batalha para
obter mais vantagens financeiras
para aderir ao bloco.
A UE pagará 40,83 bilhões a
seus dez novos membros entre
2004 e 2006, ou seja, 430 milhões a mais do que fora oferecido
no início do encontro de Copenhague. "Trata-se de um bom
acordo. Em minha opinião, poderemos vencer o referendo", declarou Leszek Miller, primeiro-ministro polonês, aludindo ao referendo que será realizado nos países candidatos. Se não obtiverem
a anuência popular, eles não entrarão na UE.
Os dez novos membros da UE
serão a Estônia, a Letônia, a Lituânia, a Polônia, a Hungria, a República Tcheca, a Eslováquia, a Eslovênia, Chipre e Malta.
A entrada desses países no bloco representa a maior e mais ambiciosa ampliação da UE desde
que ela foi criada, em 1957, pelo
Tratado de Roma. Essa expansão
porá fim a um dos últimos resquícios da Guerra Fria, unificando a
Europa mais de meio século após
o final da Segunda Guerra.
Os líderes europeus também
confirmaram que, se tudo correr
normalmente, a Bulgária e a Romênia poderão aderir à UE em
2007.
Com seus dez novos membros,
a UE se tornará o maior mercado
mundial, com quase 450 milhões
de habitantes. O Nafta (Acordo de
Livre Comércio da América do
Norte), que reúne os EUA, o Canadá e o México, tem pouco menos de 420 milhões de pessoas.
A única falha da cúpula na Dinamarca foi não conseguir pôr
fim à crise de Chipre, ilha dividida
entre os habitantes de origem grega e os de origem turca há 28 anos.
Apenas a parte grega da ilha entrará na UE por enquanto.
Com agências internacionais
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