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Brasil aproximou posições, diz Itamaraty
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério das Relações
Exteriores divulgou nota em
que avalia que o consenso conseguido ontem pelo Conselho
de Direitos Humanos das Nações Unidas "reforçou a proteção dos direitos humanos e o
fim da seletividade e da politização que caraterizaram a Comissão de Direitos Humanos"
-substituída em junho deste
ano pelo atual Conselho de Direitos Humanos.
Segundo a nota, a meta é buscar uma solução consensual e
implementar com o governo
sudanês projetos de cooperação patrocinados pela comunidade internacional.
Ainda de acordo com a nota,
a atuação do governo brasileiro
contribuiu para aproximar posições. Segundo diplomatas ouvidos pela Folha, o governo
brasileiro trabalhou para chegar a essa posição e evitou divulgar se votaria na resolução
européia durante a semana para forçar o consenso -já que
defendia a inclusão de emendas africanas.
O objetivo do governo brasileiro era garantir a consenso e
não a imposição de uma resolução feita por um único grupo, o
europeu. De acordo com o Itamaraty, é a primeira vez que
55% dos votos do Conselho de
Direitos Humanos, portanto
mais da metade, são de países
africanos e asiáticos.
A posição, contudo, havia
atraído críticas de entidades
que lidam com a crise humanitária na região.
ONGs viram na tendência de
não aderir à proposta européia
uma ambigüidade ditada pelo
interesses de ter o apoio da
África à postulação brasileira
por uma cadeira no Conselho
de Segurança da ONU.
Antes da votação, o ministro-chefe da Secretaria Especial
dos Direitos Humanos, Paulo
Vannuchi, disse ontem que o
Brasil estaria correto em se
abster. "Muitas vezes o Brasil
tem de se abster -e a abstenção é mal interpretada, porque
quem analisa não conhece diplomacia-, porque é a maneira
de seguir insistindo num trabalho de convencimento", disse.
"O que nós temos conhecimento? É que há violência contra as populações vulneráveis
de Darfur. Agora, a maneira de
fazer isso [intervir] não é meramente fazer a condenação, porque a condenação às vezes leva
o agressor a criar uma situação
em que só restaria uma alternativa, a guerra", acrescentou.
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