São Paulo, sábado, 15 de janeiro de 2011

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"Nós estamos sendo usados como moeda de troca"

DE BUENOS AIRES

O grupo de turistas brasileiros que ficou isolado no extremo sul do Chile vem improvisando para comer e dormir desde que os moradores locais decretaram greve geral e bloquearam estradas e aeroportos, há cinco dias.
Na cidade turística de Puerto Natales, tudo está fechado. As únicas pessoas que saem para a rua são manifestantes com bandeiras pretas e turistas atordoados em busca de informação, segundo o estudante Gabriel Brezinski, 20, de Vitória.
"Estamos sendo usados como moeda de troca, para pressionar o governo, e eles estão muito unidos. Na terça, fomos comer no único restaurante que furou a paralisação. Os moradores apedrejaram a janela para forçar o fechamento", disse.
Segundo ele, os brasileiros que não puderam continuar em hotéis foram para o abrigo que a Cruz Vermelha improvisou numa escola, com camas de campanha e distribuição de sopa.
A fonoaudióloga paulista Rita Mor, 59, que está em Puerto Natales desde segunda, afirma que o governo e a polícia local estão a favor dos protestos e não agem contra os manifestantes.
"É uma situação humilhante. Todos [os turistas] andam igual barata tonta, sem saber o que fazer. Já está acabando o dinheiro e nenhuma autoridade se dispõe a nos tirar daqui", diz Mor.
Além de atrapalhar as férias de turistas, a paralisação também interrompeu o trânsito de caminhões e carros que precisam passar pelo território chileno para ter acesso à Argentina.
Ontem, cerca de 500 veículos esperavam a liberação da balsa que une os territórios dos dois países.


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