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TCHETCHÊNIA
Moscou não pretende reconstruir a capital tchetchena, destruída na guerra
Rússia proíbe entrada em Grozni
das agências internacionais
O Exército russo proibiu a entrada de civis em Grozni, capital
da Tchetchênia. A iniciativa pode
indicar a intenção da Rússia de
não reconstruir a cidade e transferir a capital da Província para Gudermes, segunda maior cidade
tchetchena.
"A cidade ainda não está segura,
por isso a entrada está proibida",
disse o general Viktor Kazantsev,
um dos comandantes das forças
russas na campanha tchetchena
iniciada em outubro do ano passado.
"Além disso, os bandidos tentam se infiltrar na cidade junto
com os civis para tirar seus feridos", afirmou o militar.
Falando sobre o possível trabalho de reconstrução da cidade,
que está quase totalmente destruída por causa dos pesados
bombardeios feitos pelos russos
durante o cerco, Kazantsev disse
"que não há dinheiro para uma
obra dessas".
A proibição da entrada de civis
se dá poucos dias antes de uma
data lembrada pelos independentistas tchetchenos: 23 de fevereiro.
Nesse dia, em 1944, o líder soviético Josef Stálin ordenou a deportação de todos os tchetchenos da região. Eles só voltaram anos mais
tarde.
Os tchetchenos comemoravam
a data desde 1996 como forma de
lembrar o domínio russo. A
Tchetchênia usufruía uma autonomia de fato desde a guerra contra a Rússia (94-96), que deixou
mais de 40 mil mortos.
Moscou afirma que ataca os
tchetchenos em represália a separatistas apoiados por Grozni que
querem impor um Estado islâmico no Daguestão -também território russo- e que seriam responsáveis por atentados a bomba
em cidades russas.
Analistas políticos dizem que a
razão para a campanha seria reafirmar o domínio russo sobre a
região -estratégica por causa
dos oleodutos que vêm do mar
Cáspio em direção ao mar Negro.
O ministro da Defesa russo, Igor
Sergueiev, afirmou que a operação militar no território estará terminada "daqui a um mês", ainda
a tempo para as eleições presidenciais, que acontecerão dia 26 de
março.
Moscou afirma que cercou mais
de 8.000 rebeldes nas montanhas.
"Vamos acabar com eles como se
fossem um bolo, camada por camada", disse o general Vladimir
Shamanov.
O presidente em exercício, Vladimir Putin, é tido como favorito
e sua popularidade aumenta por
causa das vitórias militares anunciadas.
Jornalista preso
O prefeito de Moscou, Iuri Lujkov, disse ontem que "temia pela
liberdade de expressão no país".
Ele se referia ao desaparecimento
do jornalista Andrei Babitski, que
teria sido trocado com rebeldes
tchetchenos por soldados russos
capturados.
Os guerrilheiros tchetchenos
afirmam não saber do paradeiro
do jornalista.
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