São Paulo, terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

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Pesquisadores utilizam modelo matemático para prever protestos

Revolução no Egito teria sido prevista por tese de cientistas

HÉLIO SCHWARTSMAN
ARTICULISTA DA FOLHA

Dois séculos depois de Karl Marx, pesquisadores israelenses desenvolveram um modelo matemático para prever revoluções, ou, pelo menos, para antecipar crises.
Tamir Sheafer e Shaul Shenhav, da Universidade Hebraica de Jerusalém, sustentam que, já em 2008, era possível prever que o Irã e o Egito caminhavam para enfrentar protestos pró-democracia.
No caso do Irã, eles vieram em 2009, mas foram sufocados. No Egito, depuseram uma ditadura de 30 anos.
A tese dos cientistas, divulgada em nota da universidade, é que o risco de turbulência pode ser calculado a partir da diferença entre o nível de liberdade existente no país e o desejo dos cidadãos por mais liberdade.
Quando há mais do segundo elemento do que do primeiro (gap democrático negativo), a chance de protestos degenerarem em instabilidade é real.
E, quanto maior o tamanho desse gap, maior o potencial revolucionário.
Em artigo que deve ser publicado brevemente no "Journal of Conflict Resolution", Sheafer e Shenhav calcularam o gap democrático para 90 países a partir de dados coletados em 2008.
Apresentam valores negativos (o povo exige mais liberdade do que tem): Egito, Irã, Marrocos, Arábia Saudita, Tailândia, Belarus e China. E positivos (baixo risco revolucionário): Jordânia, Argélia e Malásia.
Seja como for, agora que boa parte do Oriente Médio enfrenta protestos, a teoria dos israelenses vai passar por uma prova de fogo.


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