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Internet vira arma fundamental das marchas
DA REDAÇÃO
Manifestações como as que
ocorreram no dia 15 de fevereiro e
devem acontecer hoje no mundo
todo -além da mobilização para
realizar atos no dia em que uma
guerra ao Iraque começar, se começar- não teriam sido possíveis sem a internet, afirmaram especialistas ouvidos pela Folha.
A forma pela qual a internet está
sendo usada contra a guerra no
Iraque, diz o americano Steven
Johnson, autor de "Emergence"
(emergência) e "Interface Culture" (cultura de interface), vai além
das petições e convocações que
circulam permanentemente por
e-mail desde a criação da rede.
O site moveon.org, por exemplo, que tem mais de 600 mil ativistas registrados só nos EUA, foi
o centro de coordenação da marcha de 15 de fevereiro que levou
250 mil pessoas às ruas de Nova
York.
O site também conseguiu levantar centenas de milhares de dólares para levar ao ar anúncios antiguerra nas principais TVs dos
EUA e agora organiza uma "onda
global" de vigílias contra a guerra
no Iraque às 19h de amanhã.
O site, para Johnson, seria um
exemplo de como o tipo de organização "de baixo para cima" que
caracteriza o mundo virtual da internet pode acabar "transbordando para o mundo real".
"Não teria sido possível ter manifestações coordenadas no mesmo dia no mundo todo sem a internet e a tecnologia celular", afirma o especialista em comunidades virtuais Howard Rheingold,
autor do livro "Smart Mobs"
(multidões inteligentes), que gerou o popular site homônimo sobre novas tecnologias. "Na Guerra do Vietnã, quando não havia
esse tipo de tecnologia, levou anos
para se chegar ao nível de organização necessário para realizar
manifestações múltiplas."
Segundo Rheingold, essas tecnologias têm sido usadas para
ações coletivas ao menos desde as
manifestações contra a reunião da
Organização Mundial do Comércio em Seattle, em 1999, mas elas
nunca haviam sido utilizadas, até
15 de fevereiro, para ações simultâneas no mundo todo. (MB)
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