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São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 2003

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DAMASCO NA MIRA

Moscou e Europa exortam o governo dos EUA a moderar advertências a Damasco

Rússia e UE pedem "moderação"

DA REDAÇÃO

A Rússia e a União Européia exortaram ontem os EUA a demonstrarem mais moderação em suas declarações em relação à Síria, enquanto a Espanha aceitou desempenhar um papel de mediadora entre o governo americano e Damasco.
"As contundentes declarações dos EUA podem complicar consideravelmente as relações com Damasco e ainda mais a situação no Oriente Médio", disse Alexandre Losiukov, vice-ministro russo das Relações Exteriores, citado pela agência de notícias Itar-Tass.
Segundo Losiukov, a queda do regime de Saddam Hussein exige fixar como prioridade a estabilização da situação no Iraque.
A Espanha, por sua vez, afirmou ter aceito, conforme pedido do presidente George W. Bush, tentar persuadir a Síria a não abrigar membros fugitivos do regime.
Bush falou por telefone por cerca de 40 minutos ontem com o premiê José María Aznar -um de seus aliados na guerra contra o Iraque- e pediu a ele que exortasse a Síria a não abrigar "elementos indesejáveis" do governo de Saddam, afirmou um funcionário do governo espanhol.
Aznar concordou em interceder, disse o funcionário, mas ainda não está claro se ele visitará a Síria ou falará por telefone com o presidente Bashar al Assad ou outros integrantes do governo sírio.
As advertências dos EUA à Síria modificaram em parte a pauta da reunião da União Européia em Luxemburgo, a primeira na qual os países-membros analisaram qual deve ser a postura da Europa após a guerra no Iraque.
As primeiras reações foram contundentes. O chanceler alemão, Joschka Fischer, disse antes de entrar na reunião que é preciso estar vigilante contra um possível "novo confronto", agora contra Damasco.
Também o alto representante para a Política Exterior, Javier Solana, reconheceu estar "preocupado" com algumas declarações de autoridades americanas, que a espanhola Ana Palacio qualificou depois de "desafortunadas".
"A região está passado por um processo muito difícil", disse Solana. "Seria melhor fazer declarações construtivas para ver se conseguimos esfriar a situação."
À tarde, praticamente todos os ministros empregaram o termo "moderação" para insistir na necessidade de acalmar a situação.
O chanceler francês, Dominique de Villepin, que vinha precisamente de uma visita oficial em Damasco, argumentou que essa moderação, "contenção" e diálogo são "necessários" no Oriente Médio quando no mundo árabe e islâmico se produzem sentimentos de "profunda inquietude, frustração e até humilhação".


Com agências internacionais e o "El País"


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