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DAMASCO NA MIRA
Moscou e Europa exortam o governo dos EUA a moderar advertências a Damasco
Rússia e UE pedem "moderação"
DA REDAÇÃO
A Rússia e a União Européia
exortaram ontem os EUA a demonstrarem mais moderação em
suas declarações em relação à Síria, enquanto a Espanha aceitou
desempenhar um papel de mediadora entre o governo americano e Damasco.
"As contundentes declarações
dos EUA podem complicar consideravelmente as relações com Damasco e ainda mais a situação no
Oriente Médio", disse Alexandre
Losiukov, vice-ministro russo das
Relações Exteriores, citado pela
agência de notícias Itar-Tass.
Segundo Losiukov, a queda do
regime de Saddam Hussein exige
fixar como prioridade a estabilização da situação no Iraque.
A Espanha, por sua vez, afirmou
ter aceito, conforme pedido do
presidente George W. Bush, tentar persuadir a Síria a não abrigar
membros fugitivos do regime.
Bush falou por telefone por cerca de 40 minutos ontem com o
premiê José María Aznar -um
de seus aliados na guerra contra o
Iraque- e pediu a ele que exortasse a Síria a não abrigar "elementos indesejáveis" do governo
de Saddam, afirmou um funcionário do governo espanhol.
Aznar concordou em interceder, disse o funcionário, mas ainda não está claro se ele visitará a
Síria ou falará por telefone com o
presidente Bashar al Assad ou outros integrantes do governo sírio.
As advertências dos EUA à Síria
modificaram em parte a pauta da
reunião da União Européia em
Luxemburgo, a primeira na qual
os países-membros analisaram
qual deve ser a postura da Europa
após a guerra no Iraque.
As primeiras reações foram
contundentes. O chanceler alemão, Joschka Fischer, disse antes
de entrar na reunião que é preciso
estar vigilante contra um possível
"novo confronto", agora contra
Damasco.
Também o alto representante
para a Política Exterior, Javier Solana, reconheceu estar "preocupado" com algumas declarações
de autoridades americanas, que a
espanhola Ana Palacio qualificou
depois de "desafortunadas".
"A região está passado por um
processo muito difícil", disse Solana. "Seria melhor fazer declarações construtivas para ver se conseguimos esfriar a situação."
À tarde, praticamente todos os
ministros empregaram o termo
"moderação" para insistir na necessidade de acalmar a situação.
O chanceler francês, Dominique de Villepin, que vinha precisamente de uma visita oficial em
Damasco, argumentou que essa
moderação, "contenção" e diálogo são "necessários" no Oriente
Médio quando no mundo árabe e
islâmico se produzem sentimentos de "profunda inquietude,
frustração e até humilhação".
Com agências internacionais e o "El País"
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