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DAMASCO NA MIRA
Washington diz que Assad deve agir "como adulto" e acusa país de testar arma química
EUA ameaçam Síria com sanções
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
A administração Bush subiu o
tom das acusações contra a Síria
ontem, ameaçando Damasco
com sanções diplomáticas, econômicas e "de outras naturezas".
O secretário da Defesa, Donald
Rumsfeld, disse que os EUA têm
provas de que os sírios realizaram
testes com armas químicas "nos
últimos 12 ou 15 meses". "Eles
também estão enviando mercenários para o Iraque e oferecendo
recompensas para que matem
soldados americanos", disse.
O porta-voz da Casa Branca, Ari
Fleischer, acusou a Síria de possuir gás sarin e estar testando "outros elementos mais tóxicos e persistentes". Fleischer disse também ser "altamente provável" que
o país desenvolva armas biológicas, e afirmou que o Iraque deveria ""servir de exemplo"" ao novo
líder sírio, Bashar al Assad.
"Ele é jovem e deve entender
que seu país está na lista de países
que abrigam terroristas. Precisa
agir como adulto", afirmou Fleischer. Indagado se os EUA planejam uma ação militar contra a Síria, disse: "Nós sempre temos várias opções". Fleischer também recomendou à Síria que "se livre"
de membros do grupo extremista
libanês Hizbollah, que, segundo
ele, têm abrigo no país.
A nova ofensiva retórica contra
a Síria envolveu também o Departamento de Estado e foi interpretada em Washington como mais
uma vitória do Pentágono.
Segundo a Folha apurou, tanto
o secretário Colin Powell quanto a
CIA (o serviço secreto americano)
vinham procurando conter há semanas um tom mais pesado contra Damasco em função das informações que os sírios vêm dando
aos EUA sobre a Al Qaeda.
Anteontem, o embaixador-adjunto da Síria, Imad Moustapha,
disse que "oficiais americanos
graduados estão descontentes
com as acusações".
"Temos uma nova situação na
região, e esperamos que todos os
países reavaliem seu comportamento", disse Powell ontem. Ele
afirmou que os EUA alertaram
"diretamente" o governo sírio para deixar de abrigar terroristas.
No domingo, Bush afirmou que
planejava telefonar ao líder sírio.
A Síria já consta da lista norte-americana de países que apóiam o
terrorismo. Ela abriga vários grupos extremistas palestinos.
Durante a guerra, combatentes
islâmicos entraram no Iraque pela fronteira síria para lutar contra
os EUA, que também acusam o
país de dar abrigo a membros do
regime de Saddam Hussein.
Ontem, autoridades americanas
que pediram anonimato disseram
ter informações de que a primeira
mulher de Saddam, Sajida, teria
fugido para o país.
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