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ÚLTIMO BASTIÃO
Queda de Tikrit simboliza final do período de ataque da coalizão e início de "fase de transição"
EUA tomam cidade natal de Saddam
DA REDAÇÃO
Fuzileiros navais dos EUA assumiram ontem o controle do centro de Tikrit, cidade natal do ex-ditador Saddam Hussein no norte
do Iraque. A ação, que enfrentou
pouca resistência, marcou a queda da última importante cidade
iraquiana e o fim dos ataques
mais intensos no país por parte da
coalizão após 26 dias de guerra.
"As maiores operações de combate acabaram", afirmou em
Washington o general Stanley
McChrystal, segundo na hierarquia do Estado-Maior Conjunto
dos EUA. No Qatar, o general
Vincent Brooks, porta-voz do Comando Central, declarou que a
campanha Liberdade Iraquiana
chegou a um "ponto de transição", no qual ainda há possibilidade de conflitos, mas não representaria uma "ação organizada do
regime [de Saddam]".
Brooks anunciou ainda que a
coalizão controla todas as áreas
do país que possuem campos de
petróleo e que o general Tommy
Franks, comandante das operações anglo-americanas no golfo
Pérsico, visitará o Iraque ocupado
até o próxima semana.
Cerca de 3.000 homens ocuparam o palácio presidencial de Tikrit sem luta, após uma ofensiva
coordenada por norte, sul e oeste
da cidade e na qual a principal
ponte local, que corta o rio Tigre,
também foi tomada. "Encontramos menos resistência do que
prevíamos", disse Brooks, ressaltando que as defesas iraquianas
haviam sido intensamente bombardeadas nos últimos dias.
Os americanos estimavam que
cerca de 2.500 combatentes, entre
fedayin e integrantes da Guarda
Republicana, protegessem a cidade. Os poucos combates para a tomada de Tikrit aconteceram no
sul e no oeste da cidade, áreas onde os marines montaram postos
de controle. Não foram divulgadas informações sobre baixas.
Nas primeiras buscas realizadas
pelos americanos na cidade de
260 mil habitantes, não foram encontrados indícios da presença de
Saddam Hussein.
Diferentemente do ocorrido em
outras cidades do país, a queda de
Tikrit não provocou saques ou
depredações de prédios públicos
pela população local. As estátuas e
retratos de Saddam também não
foram destruídos, em sinal da influência que o ex-ditador ainda
exerce sobre essa região.
Tensão diminui
No restante do Iraque, continuaram os esforços para retomar
a ordem. Os saques diminuíram e
ônibus voltaram a circular em
Bagdá ontem, ao passo que centenas de antigos policiais iraquianos atenderam à convocação por
parte do Exército americano e iniciaram o patrulhamento da cidade ao lado de fuzileiros navais.
Apesar disso, o comércio permaneceu fechado, e a Biblioteca Islâmica de Bagdá foi incendiada.
O Pentágono disse que os fuzileiros navais, em busca na capital,
encontraram cerca de 80 mísseis
capazes de carregar ogivas químicas ou nucleares.
A operação de patrulha em Bagdá foi repetida em Basra, no sul do
Iraque, onde ex-policiais de trânsito foram chamados para proteger as ruas com soldados britânicos. A maior cidade no sul do país
já está há cerca de duas semanas
sem eletricidade, água e telefonia.
Com agências internacionais
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