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Embaixada brasileira escapa dos saques
Entre as diversas embaixadas que se espalham pelo bairro de Al
Mansur, perto da "nova mesquita" de Bagdá, pelo menos uma foi
poupada: a brasileira. Levaram
apenas a bandeira do país, que
não tremula mais no mastro da
construção modernosa de propriedade de um iraquiano que a
aluga ao Itamaraty.
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Não é propriamente uma embaixada, mas uma casa que guarda os arquivos dos interesses brasileiros no país. A representação
mesmo fechou no começo dos
anos 90, devido à Guerra do Golfo.
Em seu segundo mandato, o ex-presidente FHC quis reabri-la,
mas acabou desistindo. Hoje, há
apenas um funcionário, que se reporta à embaixada de Amã, na
Jordânia. É o poeta iraquiano-brasileiro Auni Audari.
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Ontem de manhã, durante a visita da Folha ao local, vigilantes civis armados de fuzis AK-47 contratados pelos moradores da região cercavam a casa. Eles achavam que havia um ladrão lá dentro, o mesmo que viria agindo em
diversas embaixadas desde a queda do regime de Saddam Hussein.
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Ninguém apareceu ou foi preso.
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
A representação brasileira fica
em frente à "nova mesquita"
-não confundir com a "grande
mesquita", que ocupa o terreno
do antigo aeroporto internacional
da cidade. Ambas são estruturas
gigantescas de concreto abandonadas; o ex-ditador iraquiano
prometeu fazer as duas maiores
mesquitas do mundo na capital,
mas nunca concluiu as obras.
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Por ironia do destino, uma das
primeiras embaixadas a ser saqueada pelo povo bagdali foi a da
Alemanha, país que, com a França, foi o principal defensor da solução diplomática para a questão
iraquiana. Saqueada e depois
queimada. Não sobrou nada.
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Não muito distante da representação brasileira, no mesmo bairro,
estão as quatro casas destruídas
na terça-feira passada por bombas
da coalizão anglo-americana, que
tinha informações de que Saddam
Hussein e seus dois filhos estavam
se reunindo lá. No último fim de
semana, o lugar virou ponto de
romaria.
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Não exatamente romaria: os iraquianos que visitam as ruínas das
casas querem se certificar se Saddam Hussein morreu mesmo, informação que os serviços de inteligência dos EUA não foram capazes de confirmar até agora.
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
O local, próximo da Avenida 14
Ramadã, na verdade uma cratera
de oito metros de diâmetro e com
o dobro disso de profundidade,
está sendo chamado de "o túmulo
de Saddam". No dia do bombardeio, o presidente teria chegado
com Abed Hmud, seu assistente
pessoal, às 10h, e saído antes que
as bombas caíssem.
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Segundo um vizinho, uma das
propriedades funcionava como
um escritório secreto do regime e
estava alugada em nome de Falih
Al Azawi, secretário de Qusay
Hussein, filho do ex-ditador.
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Este era o menos problemático
dos dois. O mais temido era Uday,
o primogênito. Pois foi num dos
palácios dele que os marines encontraram ontem muita bebida
(proibida pelo islamismo), pornografia (idem), aparelhos eletrônicos de última geração e charutos
cubanos. Tudo normal. O problema foram as fotos que estavam
pregadas numa das paredes do ginásio particular.
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Eram todas com as gêmeas
Bush, as filhas pós-adolescentes
do presidente dos Estados Unidos, em diversas poses e situações.
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
Por via das dúvidas, os marines
arrancaram as imagens.
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