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RECONSTRUÇÃO
Líderes se reúnem no sul; grupo xiita boicota encontro por causa da supervisão dos EUA
EUA e iraquianos discutem governo
DA REDAÇÃO
Oficiais americanos se reunirão
hoje em Nassiriya (sul do país)
com representantes de diferentes
etnias e movimentos iraquianos
com o objetivo de iniciar o processo de formação de uma administração interina iraquiana que,
em alguns meses, assumirá progressivamente funções de governo, sob supervisão dos EUA.
A reunião será coordenada por
Jay Garner, o general da reserva
americano escolhido para administrar o Iraque pós-Saddam.
"Colocaremos em prática a teoria da grande tenda -queremos
reunir o maior número possível
de pessoas e ver o que podemos
fazer", disse Nathan Jones, porta-voz do Escritório para a Reconstrução e a Assistência Humanitária (Erah), comandado por Garner. Os EUA anunciaram que a
ONU enviará observadores.
Os EUA pretendem realizar
uma série de reuniões regionais e,
em algumas semanas, uma assembléia nacional na qual uma
administração interina de iraquianos seria formada.
Espera-se que cerca de 60 iraquianos compareçam à reunião
de hoje, incluindo representantes
de grupos xiitas moderados e extremistas, sunitas, curdos e da antiga monarquia, deposta em 1958.
A proposta lembra o que foi feito após a queda do regime do Taleban, no Afeganistão, em 2001,
quando líderes tribais afegãos se
reuniram numa Loya Jirga (grande assembléia de chefes tribais)
em Bonn (Alemanha).
Mas o principal grupo xiita de
oposição a Saddam já avisou que
não participará. "Não aceitamos a
supervisão americana. A nação
iraquiana rejeita qualquer dependência", disse Abdelaziz Hakim,
líder do Conselho Supremo para a
Revolução Islâmica no Iraque, baseado em Teerã (Irã).
Já Ahmad Chalabi, líder do
Congresso Nacional Iraquiano levado do exílio de volta ao Iraque
pelos próprios americanos, disse
que enviará um representante. É
possível que outros grupos enviem representantes de menor nível hierárquico, de forma a não
comprometer suas lideranças no
caso de a reunião ser um fiasco.
Não se sabe se haverá acordo
entre as etnias e as facções iraquianas, divididas por suas próprias diferenças e por décadas de
autoritarismo da era Saddam
Hussein, durante as quais houve
pouca negociação política no país.
Blair fala em eleições
Ontem, o primeiro-ministro
britânico, Tony Blair, disse esperar que ocorram eleições no Iraque um ano após o estabelecimento da autoridade interina.
Segundo ele, os EUA e o Reino
Unido (aliados na invasão) serão
responsáveis inicialmente por garantir a segurança e as necessidades humanitárias. Blair disse que
deseja ver a formação de uma autoridade interina que represente o
maior número possível de iraquianos "algumas semanas após
o fim do conflito". "Após ser criada, a autoridade interina irá progressivamente assumir mais funções de governo", disse ao Parlamento britânico.
"A terceira fase irá trazer um governo representativo de toda a
população, após uma nova Constituição ser aprovada, como resultado de eleições que eu espero que aconteçam aproximadamente
um ano após o estabelecimento da autoridade interina", disse.
Com agências internacionais
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