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São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 2003

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EUA criticam falta de apoio da América Latina

DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

O governo norte-americano ainda não digeriu a oposição do governo Lula ao ataque ao Iraque, conforme deixou claro ontem o enviado especial da Casa Branca para o Hemisfério Ocidental, Otto Reich.
"Nós gostaríamos de ter tido melhor compreensão e apoio de nossos amigos do hemisfério para a nossa posição", disse Reich, ao sair de um café da manhã com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na Embaixada do Brasil em Washington.
Palocci diz que a questão iraquiana não foi tratada nem durante o café da manhã nem na conversa posterior com Robert Zoellick, o responsável pelo comércio exterior na administração de George W. Bush.
Na semana passada, Washington deixou claro que o acordo de livre comércio com o Chile, já aprovado, terá a sua entrada em vigor postergada exatamente porque o Chile se recusou a votar a favor da resolução do Conselho de Segurança da ONU que autorizaria o ataque ao Iraque.

Coisa certa
Reich, de origem cubana, tido como linha-dura em Washington, diz que os Estados Unidos "fizeram a coisa certa" ao atacar o Iraque. "A reação do povo do Iraque e o fato de que o Exército iraquiano não apoiou a brutal ditadura de Saddam Hussein mostram isso", afirmou.
Em seguida, resmungou um pouco mais sobre o que considera falta de compreensão de aliados ocidentais, como o Brasil:
"Nós não compreendemos porque outros povos não quiseram apoiar as 17 resoluções da ONU que pedem o desarmamento do Iraque. Dezessete resoluções em 12 anos", queixou-se.
É uma alusão a um conjunto de decisões do Conselho de Segurança da ONU que pede o desarmamento iraquiano, usado pelos Estados Unidos como anteparo legal para lançar a sua invasão ao Iraque.
(Clóvis Rossi)


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