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EUA criticam falta de apoio da América Latina
DO ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
O governo norte-americano
ainda não digeriu a oposição do
governo Lula ao ataque ao Iraque,
conforme deixou claro ontem o
enviado especial da Casa Branca
para o Hemisfério Ocidental, Otto
Reich.
"Nós gostaríamos de ter tido
melhor compreensão e apoio de
nossos amigos do hemisfério para
a nossa posição", disse Reich, ao
sair de um café da manhã com o
ministro da Fazenda, Antonio Palocci, na Embaixada do Brasil em
Washington.
Palocci diz que a questão iraquiana não foi tratada nem durante o café da manhã nem na
conversa posterior com Robert
Zoellick, o responsável pelo comércio exterior na administração
de George W. Bush.
Na semana passada, Washington deixou claro que o acordo de
livre comércio com o Chile, já
aprovado, terá a sua entrada em
vigor postergada exatamente porque o Chile se recusou a votar a favor da resolução do Conselho de
Segurança da ONU que autorizaria o ataque ao Iraque.
Coisa certa
Reich, de origem cubana, tido
como linha-dura em Washington, diz que os Estados Unidos
"fizeram a coisa certa" ao atacar o
Iraque. "A reação do povo do Iraque e o fato de que o Exército iraquiano não apoiou a brutal ditadura de Saddam Hussein mostram isso", afirmou.
Em seguida, resmungou um
pouco mais sobre o que considera
falta de compreensão de aliados
ocidentais, como o Brasil:
"Nós não compreendemos porque outros povos não quiseram
apoiar as 17 resoluções da ONU
que pedem o desarmamento do
Iraque. Dezessete resoluções em
12 anos", queixou-se.
É uma alusão a um conjunto de
decisões do Conselho de Segurança da ONU que pede o desarmamento iraquiano, usado pelos Estados Unidos como anteparo legal para lançar a sua invasão ao
Iraque.
(Clóvis Rossi)
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