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ONU QUESTIONADA
Atestado de óbito enviado pela entidade contém irregularidades e não tem valor jurídico, diz advogado
Mãe pode pedir exumação de Vieira de Mello
DA REDAÇÃO
O advogado da mãe de Sérgio
Vieira de Mello estuda pedir a
exumação do corpo do brasileiro
morto em atentado à sede da
ONU em Bagdá porque o atestado de óbito enviado pelas Nações
Unidas conteria irregularidades e
não teria valor jurídico.
Segundo Jorge Beja, 57, a exumação será pedida se Gilda Vieira
de Mello, 85, não receber um atestado que descreva qual foi a causa
da morte e corrija os erros.
Vieira de Mello morreu em
agosto passado quando exercia o
cargo de representante do secretário-geral, Kofi Annan, no Iraque. "A ONU demorou cerca de
sete meses para enviar o atestado,
e o documento contém uma série
de problemas, diz Beja.
Ele não possui uma descrição
médica precisa da causa da morte.
Diz apenas que Vieira de Mello
morreu devido a "lesões múltiplas provocadas por explosões", o
que não estaria de acordo com a
legislação internacional.
O atestado, elaborado por um
médico militar americano, afirma
que o diplomata teria morrido
"minutos depois de ter recebido
os ferimentos fatais". Mas sabe-se
que ele sobreviveu por quase três
horas após o atentado e conversou com pessoas que estavam no
prédio. Finalmente, não respeita
diversas formalidades exigidas
nesse tipo de documento.
"O atestado precisa descrever a
causa da morte de forma clara do
ponto de vista médico. Ou fica
uma interrogação: morreu de
quê?", diz. Beja diz que, se a mãe
não receber um documento verdadeiro, a única saída será exumar o cadáver, enterrado em Genebra, na Suíça. Gilda Vieira de Mello também quer que a ONU a
indenize pela morte do filho.
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