São Paulo, quinta-feira, 15 de abril de 2004

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ONU QUESTIONADA

Atestado de óbito enviado pela entidade contém irregularidades e não tem valor jurídico, diz advogado

Mãe pode pedir exumação de Vieira de Mello

DA REDAÇÃO

O advogado da mãe de Sérgio Vieira de Mello estuda pedir a exumação do corpo do brasileiro morto em atentado à sede da ONU em Bagdá porque o atestado de óbito enviado pelas Nações Unidas conteria irregularidades e não teria valor jurídico.
Segundo Jorge Beja, 57, a exumação será pedida se Gilda Vieira de Mello, 85, não receber um atestado que descreva qual foi a causa da morte e corrija os erros.
Vieira de Mello morreu em agosto passado quando exercia o cargo de representante do secretário-geral, Kofi Annan, no Iraque. "A ONU demorou cerca de sete meses para enviar o atestado, e o documento contém uma série de problemas, diz Beja.
Ele não possui uma descrição médica precisa da causa da morte. Diz apenas que Vieira de Mello morreu devido a "lesões múltiplas provocadas por explosões", o que não estaria de acordo com a legislação internacional.
O atestado, elaborado por um médico militar americano, afirma que o diplomata teria morrido "minutos depois de ter recebido os ferimentos fatais". Mas sabe-se que ele sobreviveu por quase três horas após o atentado e conversou com pessoas que estavam no prédio. Finalmente, não respeita diversas formalidades exigidas nesse tipo de documento.
"O atestado precisa descrever a causa da morte de forma clara do ponto de vista médico. Ou fica uma interrogação: morreu de quê?", diz. Beja diz que, se a mãe não receber um documento verdadeiro, a única saída será exumar o cadáver, enterrado em Genebra, na Suíça. Gilda Vieira de Mello também quer que a ONU a indenize pela morte do filho.


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