|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RELIGIÃO
Em documento, Vaticano diz que há "experiências amargas" para a mulher ocidental em casamentos desse tipo
Igreja desaconselha união de católicas com muçulmanos
DA REDAÇÃO
Afirmando que as mulheres são
"as menos protegidas da família
muçulmana", um documento divulgado ontem pelo Vaticano
aconselha as mulheres católicas a
não se casar com homens que seguem o Alcorão.
Segundo o Vaticano, há "experiências amargas" de católicas
ocidentais que se casaram com
maridos muçulmanos, sobretudo
casais que se uniram fora do
mundo islâmico e mais tarde se
mudaram para o país do marido.
Esses comentários, incluídos
num documento sobre imigração
mundial, foram precedidos por
trechos que mostram pontos de
convergência entre cristãos e muçulmanos, mas é provável que os
"conselhos matrimoniais" de ontem alimentem a desconfiança
mútua entre as duas maiores religiões do mundo.
"Preparação cuidadosa"
Quando uma católica quiser se
casar com um muçulmano, diz o
documento, "a amarga experiência nos ensina que é exigida uma
preparação particularmente
aprofundada e cuidadosa".
Um possível problema, diz o
Vaticano, ocorre entre parentes
muçulmanos e católicas gestantes, que devem insistir que crianças de casamento inter-religioso
sejam criadas como católicas.
Se o casamento for registrado
no consulado de um país muçulmano, aconselha o documento, o
católico deve ter cuidado para não
assinar um documento ou fazer
uma promessa que inclua o shahada (a profissão da fé islâmica),
o que seria considerado uma conversão.
O documento sobre imigração
também sugere a proibição da
utilização de locais de oração por
não-cristãos.
O tema foi levantado na semana
passada, quando muçulmanos na
Espanha solicitaram permissão
para rezar na catedral de Córdoba, que já foi uma mesquita.
O documento diz ainda que a
Igreja Católica desaconselha casamentos entre fiéis de países católicos e imigrantes não-cristãos.
Conselhos
O Vaticano também afirmou esperar que os muçulmanos demonstrem "uma consciência
crescente de que as liberdades
fundamentais, os direitos invioláveis da pessoa, o princípio democrático de governo e o saudável
caráter laico do Estado sejam
princípios irrenunciáveis".
Apesar de o papa João Paulo 2º
ter iniciado um canal de diálogo
com muçulmanos e de ter sido
elogiado no mundo árabe ao se
opor com firmeza à Guerra do
Iraque, líderes católicos têm expressado preocupações cada vez
maiores sobre a expansão do islamismo e o desafio que isso representa à igreja.
O islamismo é atualmente a religião que mais cresce no mundo.
O principal teólogo do Vaticano
e candidato a substituto de João
Paulo 2º, Joseph Ratzinger, disse
nesta semana que o Ocidente
"deixou de amar a si mesmo" e
por isso é incapaz de responder ao
desafio do islã, que cresce por ter
"maior energia espiritual".
Em maio de 2001, João Paulo 2º
tornou-se o primeiro papa da história a entrar numa mesquita, em
Damasco, a capital síria.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Ásia: Vitória de Gandhi provoca baixa das Bolsas na Índia Próximo Texto: Panorâmica - Eleição nos EUA: Democratas querem McCain como vice de Kerry Índice
|