São Paulo, domingo, 15 de maio de 2011

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Território atrai veículos líbios contrabandeados

DO ENVIADO A GAZA

O efeito mais visível das revoltas árabes na paisagem de Gaza está no asfalto: carros líbios, uma novidade possível graças à revolução no país de Gaddafi e aos túneis que passam sob a fronteira entre o Egito e Gaza.
Nas agências de automóveis de Gaza, a nova frota ocupa lugar de destaque.
É bom negócio para os vendedores, que driblam as limitações de importação de Israel, e para o governo do Hamas, que fatura dois impostos por carro.
Sem o controle de Gaddafi no leste da Líbia, ficou mais fácil tirar os veículos, muitos deles roubados, pelo Egito. De lá, para os túneis de Gaza.
Não falta nem a camionete Toyota Hilux, a favorita dos rebeldes líbios para montar metralhadoras. Em Gaza, sai por US$ 58 mil, obviamente sem o assessório bélico.
Segundo o vendedor Mohamed Abu Ras, Israel permite a entrada de somente 20 carros por mês em Gaza.
O jeito é apelar aos milhares de túneis na fronteira com o Egito. Só da Líbia agora estão chegando 200 por semana, diz Abu Ras.
Desde o início do bloqueio israelense, em 2006, os túneis viraram importante fonte de receita para o Hamas.
Abu Ras mostra um jipe Toyota Land Cruiser, vendido por US$ 85 mil, como exemplo da carga tributária.
"Neste carro pagamos US$ 10 mil ao Hamas pelo imposto do túnel e US$ 15 mil pelo imposto de importação", diz ele, observando que, mesmo assim, a margem de lucro é maior que nos carros importados de Israel. (MN)


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