São Paulo, domingo, 15 de maio de 2011

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'Movimento visa reconciliação e eleições'

DO ENVIADO A GAZA

O estudante de administração Mohammad al Sheikh Youssef, 23, foi um dos criadores do Movimento 15 de Março, que nasceu na faixa de Gaza sob a inspiração das revoltas árabes.
A união entre os palestinos é o objetivo principal do movimento, disse à Folha, por ser passo essencial para a meta maior: acabar com a ocupação israelense. (MN)


 

Folha - Como surgiu o Movimento 15 de Março?
Mohammad al Sheikh Youssef - Depois das revoluções na Tunísia e no Egito surgiram muitas páginas no Facebook pedindo o mesmo na Palestina, mas nenhuma indicava como seria a nossa revolução. Decidimos que o caminho era defender a reconciliação palestina e a realização de eleições.
Criamos os grupos no Facebook e, em uma semana, tínhamos mais de 10 mil membros.

Esperava que a reconciliação entre Fatah e Hamas ocorresse agora?
Foi uma surpresa, mas ainda precisamos ver o acordo ser posto em prática.
Por enquanto é só a assinatura. As revoluções árabes tiveram grande influência sobre nós. Pensamos, se eles podem, por que nós não?
Mas sabíamos que não podíamos fazer um movimento para derrubar o regime, como no Egito ou na Tunísia, por isso decidimos que nossa revolução deveria ser pela reunificação. Isso torna tudo mais difícil, porque não é contra um alvo específico, contra o qual há consenso.

O acordo foi resultado da pressão do movimento?
Acho que tivemos uma grande contribuição, e tanto Fatah como Hamas admitiram isso. Houve outros fatores, como a situação na Síria e no Egito e a necessidade dos dois lados de se fortalecerem. Mas nós os colocamos entre o martelo e a bigorna.

Os líderes palestinos falam com o movimento jovem?
Em Gaza, o governo reagiu com ameaças. Para os líderes do Hamas, ou se está com eles ou contra eles. Fomos atacados pela polícia quando fizemos a primeira manifestação e isso assustou muita gente, que não voltou mais.
A barreira do medo ainda precisa ser quebrada. Acho que um dos objetivos do acordo de reconciliação foi congelar o movimento jovem, mantê-lo sob controle.


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