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São Paulo, domingo, 15 de junho de 2003

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Zonas especiais incluem o maior oleoduto do país

DA REDAÇÃO

Um dos principais alvos de críticas dos opositores da política de segurança do governo colombiano foi a excessiva preocupação, ao criar as chamadas zonas de reabilitação, de proteger o principal oleoduto do país, o Caño Limón-Coveñas, que cruza aquelas regiões.
"As zonas de reabilitação foram criadas mais com o propósito de defender os interesses da Occidental [multinacional americana que administra o oleoduto em conjunto com a estatal Ecopetrol] do que para proteger a população", afirma Camilo González Posso, presidente do Indepaz (Instituto para o Desenvolvimento e para a Paz) e ministro da Saúde no governo César Gaviria (1990-94). "A estratégia é equivocada e só foi implementada para justificar a militarização da região", diz.
O Caño Limón-Coveñas, com 780 km de extensão, é a principal rota de escoamento da produção colombiana de petróleo, a maior fonte de divisas do país. A região de Arauca concentra a maior parte da produção nacional do produto, com 105 mil barris ao dia.
Segundo o vice-ministro da Defesa, Andrés Soto, a coincidência entre as zonas de reabilitação e as áreas por onde passa o oleoduto não é ocasional. "O petróleo é muito importante para a região, porque gera um faturamento de US$ 80 milhões ao ano", diz. Segundo ele, o roubo de petróleo e os ataques dos grupos armados ao oleoduto faziam com que esse dinheiro, em vez de ir aos cofres públicos, fosse parar nas mãos da guerrilha terrorista, alimentando ainda mais o conflito no país.
Segundo as autoridades colombianas, o oleoduto Caño Limón-Coveñas já foi alvo de quase mil ataques à bomba por parte dos grupos terroristas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e ELN (Exército de Libertação Nacional) desde sua inauguração, em 1986. Só nos últimos dois anos foram cerca de 200 ataques, causando um prejuízo estimado em US$ 500 milhões ao ano.
No ano passado, os EUA aprovaram um auxílio suplementar de US$ 98 milhões para ajudar a proteger o oleoduto. Cerca de 70 militares dos EUA estão na Colômbia desde janeiro para treinar os militares do país para a tarefa. (RW)

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