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Carro-bomba mata 11 em Bagdá; governador é morto
DA REDAÇÃO
Onze pessoas morreram e 30 ficaram feridas ontem na explosão
de um carro-bomba em Bagdá, e
o governador de uma das principais cidades iraquianas, Mossul,
foi assassinado. O dia em que os
iraquianos marcaram a queda da
monarquia, em 1958, foi um dos
mais violentos no Iraque desde
que o país recuperou sua soberania ante a ONU, em 28 de junho.
"Essa é uma agressão crua contra o povo iraquiano", disse o premiê interino iraquiano, Iyad Allawi, ao visitar o local do ataque, na
Zona Verde. "Levaremos esses
criminosos à Justiça ."
Apesar do discurso recorrente
de Allawi, a violência não deu sinal de alívio com a posse do governo interino iraquiano, chamado pela insurgência de "fantoche"
dos EUA. Um comunicado em
um site islâmico, supostamente
assinado pelo terrorista jordaniano Abu Musab Zarqawi, reivindicava a autoria de um ataque com
granadas contra a casa de Allawi
na semana passada, do qual o premiê saiu ileso, e prometia "continuar perseguindo" o premiê.
Em Tlul al Baj, a 110 km de Mossul, principal cidade do norte do
país, o governador Osama Kashmoula e dois guarda-costas foram
mortos a tiros em seu carro. Anteontem, o auditor-geral do Ministério da Indústria, Sabir Karim, foi assassinado quando saía
de casa, em Bagdá.
Segundo o comando americano, entre os mortos na explosão
de ontem estavam quatro guardas
iraquianos. Os demais eram civis.
O carro-bomba, carregado com
cerca de 450 quilos de explosivos,
foi detonado às 9h15 (hora local)
em um posto de controle na entrada da Zona Verde, onde ficam
alguns dos principais prédios do
governo, o quartel-general americano e as embaixadas dos EUA e
do Reino Unido. Não foi confirmado se o veículo era dirigido por
um terrorista suicida. A explosão
abriu uma cratera na rua, destruiu
cinco carros e derrubou parte de
um muro de proteção.
Allawi disse crer que o atentado
seja uma resposta da insurgência
à prisão, pelo governo interno, de
cerca de 500 criminosos comuns
em Bagdá nesta semana. Uma lei
emergencial de segurança anunciada na semana passada dá a ele
o poder de decretar estado de
emergência, suspendendo direitos civis com o objetivo de ampliar seus poderes no combate à
insurgência. Mas a incipiente polícia iraquiana e os 160 mil militares da Força Multinacional comandada pelos EUA que permanece no país não têm conseguido
conter a escalada da violência.
Em Ramadi, bastião do regime
deposto a oeste de Bagdá, insurgentes se confrontaram com soldados dos EUA. Ao menos três
pessoas morreram e 19 foram feridas, segundo hospitais locais.
Relatório omitido
Congressistas de oposição acusaram a Casa Branca e a CIA (serviço secreto dos EUA) de se recusarem a dar ao Comitê de Inteligência do Senado o resumo das
informações obtidas sobre o Iraque antes da guerra, entregue ao
presidente George W. Bush. O
painel analisou as informações
usadas pelo governo para justificar a guerra e apresentou suas
conclusões na última sexta-feira,
apontando falhas e exageros.
Segundo congressistas de oposição, o resumo, de uma página,
não traz nenhuma das ressalvas
colocadas nos relatórios de inteligência. Os democratas afirmam
que o texto esclareceria quais as
agências de informações que informaram Bush sobre o suposto
arsenal proibido iraquiano.
Já os senadores republicanos
(governistas) disseram que o texto era irrelevante.
Com agências internacionais e "The New
York Times"
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