São Paulo, sábado, 15 de julho de 2006

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Conselho de Segurança rejeita pedido de trégua

Apelo feito pelo premiê libanês não é acatado em reunião de emergência da ONU, que se limita a solicitar cooperação

EUA culpa Irã e Síria pela crise e exige que Hizbollah se desarme; coordenador humanitário critica ação "desproporcional" de Israel


DA REDAÇÃO

O Conselho de Segurança da ONU debateu ontem o conflito israelo-libanês em reunião de emergência, mas não atendeu ao pedido feito pelo Líbano de exigir um cessar-fogo na região.
O CS se limitou a emitir um comunicado final em que elogia "a decisão do secretário-geral [Kofi Annan] de despachar ao Oriente Médio uma delegação de alto nível" e pede às partes "que cooperem plenamente".
Em uma reunião similar realizada anteontem sobre Gaza, os EUA vetaram uma resolução que exigia de Israel a retirada dos territórios palestinos.
Na reunião de ontem, o embaixador dos EUA, John Bolton, responsabilizou o Irã, a Síria e o grupo terrorista libanês Hizbollah pela crise.
"Todas as milícias libanesas, incluindo o Hizbollah, devem se desarmar e se dispersar imediatamente, e o governo do Líbano deve estender e exercer seu controle exclusivo sobre todo o território libanês", disse.
O americano afirmou ainda que o Irã e a Síria devem deixar de "apadrinhar e apoiar grupos terroristas, em particular o Hizbollah e o Hamas".
O representante libanês na reunião, Nouhad Mahmoud, havia pedido da ONU um chamado claro "para um cessar-fogo imediato e global e o levantamento do bloqueio marítimo e aéreo imposto ao Líbano".
"Não preciso explicar quem é a vítima e quem é o agressor", disse Mahmoud, que chamou a ação israelense de "bárbara".
Em Genebra, o coordenador de assuntos humanitários da ONU, Jan Egeland, disse que tanto Israel quanto o Hizbollah devem interromper os ataques contra alvos civis.
"Parece que eles [Hizbollah] querem provocar uma resposta e não se importam se são crianças, mulheres e civis que sofrem as conseqüências de tudo isso", disse Egeland, qualificando a ação de Israel de "maciça e desproporcional".
Ontem, o premiê libanês, Fouad Siniora, telefonou para o presidente George W. Bush pedindo-lhe que pressionasse Israel por um cessar-fogo. A resposta foi que Israel tem o direito de se defender.
"O presidente não irá tomar decisões militares por Israel", disse o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow. "O que achamos importante é que, ao tentar se defender, eles tentem limitar ao máximo os chamados danos colaterais, não apenas de civis mas em vidas humanas."
"É improvável que qualquer uma ou ambas as partes concordem com um cessar-fogo a este ponto", acrescentou.
Antes da reunião do G8 ontem em São Petersburgo, o presidente russo, Vladimir Putin, instou os dois lados a interromper imediatamente a ação militar. "A tomada de reféns é inaceitável, assim como o uso de força em resposta a essas ações, ainda que ilegais", afirmou.


Com agências internacionais

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