|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Conselho de Segurança rejeita pedido de trégua
Apelo feito pelo premiê libanês não é acatado em reunião de emergência da ONU, que se limita a solicitar cooperação
EUA culpa Irã e Síria pela
crise e exige que Hizbollah se desarme; coordenador
humanitário critica ação
"desproporcional" de Israel
DA REDAÇÃO
O Conselho de Segurança da
ONU debateu ontem o conflito
israelo-libanês em reunião de
emergência, mas não atendeu
ao pedido feito pelo Líbano de
exigir um cessar-fogo na região.
O CS se limitou a emitir um
comunicado final em que elogia
"a decisão do secretário-geral
[Kofi Annan] de despachar ao
Oriente Médio uma delegação
de alto nível" e pede às partes
"que cooperem plenamente".
Em uma reunião similar realizada anteontem sobre Gaza,
os EUA vetaram uma resolução
que exigia de Israel a retirada
dos territórios palestinos.
Na reunião de ontem, o embaixador dos EUA, John Bolton, responsabilizou o Irã, a Síria e o grupo terrorista libanês
Hizbollah pela crise.
"Todas as milícias libanesas,
incluindo o Hizbollah, devem
se desarmar e se dispersar imediatamente, e o governo do Líbano deve estender e exercer
seu controle exclusivo sobre todo o território libanês", disse.
O americano afirmou ainda
que o Irã e a Síria devem deixar
de "apadrinhar e apoiar grupos
terroristas, em particular o
Hizbollah e o Hamas".
O representante libanês na
reunião, Nouhad Mahmoud,
havia pedido da ONU um chamado claro "para um cessar-fogo imediato e global e o levantamento do bloqueio marítimo e
aéreo imposto ao Líbano".
"Não preciso explicar quem é
a vítima e quem é o agressor",
disse Mahmoud, que chamou a
ação israelense de "bárbara".
Em Genebra, o coordenador
de assuntos humanitários da
ONU, Jan Egeland, disse que
tanto Israel quanto o Hizbollah
devem interromper os ataques
contra alvos civis.
"Parece que eles [Hizbollah]
querem provocar uma resposta
e não se importam se são crianças, mulheres e civis que sofrem as conseqüências de tudo
isso", disse Egeland, qualificando a ação de Israel de "maciça e
desproporcional".
Ontem, o premiê libanês,
Fouad Siniora, telefonou para o
presidente George W. Bush pedindo-lhe que pressionasse Israel por um cessar-fogo. A resposta foi que Israel tem o direito de se defender.
"O presidente não irá tomar
decisões militares por Israel",
disse o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow. "O que achamos
importante é que, ao tentar se
defender, eles tentem limitar
ao máximo os chamados danos
colaterais, não apenas de civis
mas em vidas humanas."
"É improvável que qualquer
uma ou ambas as partes concordem com um cessar-fogo a
este ponto", acrescentou.
Antes da reunião do G8 ontem em São Petersburgo, o presidente russo, Vladimir Putin,
instou os dois lados a interromper imediatamente a ação militar. "A tomada de reféns é inaceitável, assim como o uso de
força em resposta a essas ações,
ainda que ilegais", afirmou.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Saiba mais: Divisão libanesa é evidenciada pelo conflito Próximo Texto: Frases Índice
|