São Paulo, quinta-feira, 15 de agosto de 2002

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DIPLOMACIA

Washington quer evitar que os americanos em serviço no país possam ser julgados no Tribunal Penal Internacional

EUA propõem à Colômbia acordo de não-extradição

DA FRANCE PRESSE

Os EUA pediram ontem à Colômbia que assinasse um acordo de não-extradição para evitar que americanos no país sejam julgados pelo TPI (Tribunal Penal Internacional), disse o subsecretário de Estado para Assuntos Políticos americano, Marc Grossman.
"Propusemos à Colômbia que assinasse conosco um acordo sobre o artigo 98, para proteger as forças militares dos EUA e funcionários nossos que estão servindo na Colômbia do que tememos ser perseguições políticas [por parte do TPI"", disse Grossman.
Ele afirmou que fez a proposta ao presidente colombiano, Alvaro Uribe, durante uma reunião no palácio de Nariño, sede do governo. Grossman explicou que o artigo 98 do tratado que deu origem ao TPI autoriza a anulação de julgamentos no tribunal em caso de acordo bilateral entre dois países.
Grossman reiterou as críticas dos EUA ao TPI e afirmou que a Colômbia não é o único país ao qual a Casa Branca fez a proposta. "Pedimos a todos os países do mundo [que assinassem esse acordo"", afirmou.
Anteontem, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell dissera que os EUA pretendiam fazer acordos bilaterais com cada país do mundo, um a um. Israel e Romênia já o fizeram. Powell afirmou que Washington não quer "pressionar" nações para que assinem o acordo, mas admitiu que poderia cortar o auxílio militar aos que não o façam.
Os EUA financiam parte do Plano Colômbia de combate ao narcotráfico e já contribuíram com cerca de US$ 2 bilhões até agora em auxílio econômico e militar.
Grossman chefia uma delegação americana em visita a Bogotá para avaliar com autoridades colombianas o progresso do Plano Colômbia e outros assuntos.
Um relatório da Controladoria colombiana divulgado ontem afirma que o plano tem sido mal administrado e fracassou na erradicação de plantações de coca.
"A erradicação forçada [de plantações ilegais" não conseguiu desanimar os traficantes", diz o documento. "A área cultivada continua sendo de 163 mil hectares em todo o país."
Além disso, afirmou a Controladoria, os fundos têm sido mal administrados e as regiões mais afetadas pelas plantações ilícitas e pela pobreza não foram atendidas adequadamente pelo governo.


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