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DIPLOMACIA
Washington quer evitar que os americanos em serviço no país possam ser julgados no Tribunal Penal Internacional
EUA propõem à Colômbia acordo de não-extradição
DA FRANCE PRESSE
Os EUA pediram ontem à Colômbia que assinasse um acordo
de não-extradição para evitar que
americanos no país sejam julgados pelo TPI (Tribunal Penal Internacional), disse o subsecretário
de Estado para Assuntos Políticos
americano, Marc Grossman.
"Propusemos à Colômbia que
assinasse conosco um acordo sobre o artigo 98, para proteger as
forças militares dos EUA e funcionários nossos que estão servindo
na Colômbia do que tememos ser
perseguições políticas [por parte
do TPI"", disse Grossman.
Ele afirmou que fez a proposta
ao presidente colombiano, Alvaro
Uribe, durante uma reunião no
palácio de Nariño, sede do governo. Grossman explicou que o artigo 98 do tratado que deu origem
ao TPI autoriza a anulação de julgamentos no tribunal em caso de
acordo bilateral entre dois países.
Grossman reiterou as críticas
dos EUA ao TPI e afirmou que a
Colômbia não é o único país ao
qual a Casa Branca fez a proposta.
"Pedimos a todos os países do
mundo [que assinassem esse
acordo"", afirmou.
Anteontem, o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell dissera que os EUA pretendiam fazer
acordos bilaterais com cada país
do mundo, um a um. Israel e Romênia já o fizeram. Powell afirmou que Washington não quer
"pressionar" nações para que assinem o acordo, mas admitiu que
poderia cortar o auxílio militar
aos que não o façam.
Os EUA financiam parte do Plano Colômbia de combate ao narcotráfico e já contribuíram com
cerca de US$ 2 bilhões até agora
em auxílio econômico e militar.
Grossman chefia uma delegação americana em visita a Bogotá
para avaliar com autoridades colombianas o progresso do Plano
Colômbia e outros assuntos.
Um relatório da Controladoria
colombiana divulgado ontem
afirma que o plano tem sido mal
administrado e fracassou na erradicação de plantações de coca.
"A erradicação forçada [de
plantações ilegais" não conseguiu
desanimar os traficantes", diz o
documento. "A área cultivada
continua sendo de 163 mil hectares em todo o país."
Além disso, afirmou a Controladoria, os fundos têm sido mal administrados e as regiões mais afetadas pelas plantações ilícitas e
pela pobreza não foram atendidas
adequadamente pelo governo.
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