|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
O GOVERNO
Aposta do presidente
se mostra arriscada
do enviado especial a Bogotá
O principal ator da crise colombiana, o governo do presidente
Andrés Pastrana, é também o
mais acossado: apostou tudo no
processo de paz, entregou à guerrilha 42 mil km2 de território (um
Estado do Rio de Janeiro), sem
nada pedir em troca, e não parece
ter um plano B para a hipótese de
fracasso do processo.
Um ano após a posse, 72% dos
colombianos desaprovam a gestão Pastrana e 67% discordam da
condução do processo de paz.
Porcentagem ainda maior
(78%) discorda do tratamento
que Pastrana dá ao quarto ator do
drama, os paramilitares.
Carlos Castaño, líder das AUC
(Autodefesas Unidas de Colômbia), grupos paramilitares de extrema direita, assume a prática de
atos criminosos.
"Cobramos dos narcotraficantes e deles exigimos recursos",
disse Castaño, em entrevista dada
ao jornal argentino "Clarín".
O líder extremista disse também que seus grupos são apoiados por "fazendeiros, comerciantes e gente de bem".
Na verdade, os paramilitares
cobram deles uma taxa mensal
para protegê-los (e as suas empresas).
Um estudo do Departamento
Nacional de Planejamento informa que as AUC contam com cerca de 9 mil soldados e, seu inimigo, a guerrilha, 20 mil (6 mil menores). As Forças Militares, incluída a polícia, têm 250 mil efetivos.
A grande vítima do conflito é a
população civil, que paga ou com
a vida ou com a perda de suas casas o fato de estar no meio do fogo
cruzado.
De acordo com um estudo da
Consultoria para Direitos Humanos e Deslocamentos, 835 mil
pessoas foram deslocadas pela
força de suas residências, como
consequência da guerra, entre os
anos de 1995 e 98.
Dá 2% da população. No Brasil,
equivaleria a 3,2 milhões de "desplazados".
(CR)
Texto Anterior: Organizações viram "indústria lucrativa" Próximo Texto: Raiz da Ofensiva: "Atores políticos" nos EUA mudam visão Índice
|