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A GUERRILHA
Organizações viram "indústria lucrativa"
do enviado especial a Bogotá
Se os narcotraficantes são uma
potência econômica, a guerrilha
colombiana também o é, a julgar
pelos dados de documento preparado pelo Departamento Nacional de Planejamento: a renda da
guerrilha, entre 1991 e 1996, seria
de US$ 3,6 bilhões, equivalentes a
5,3% do PIB.
Dinheiro que vem da proteção
ao narcotráfico (45%), de roubos
e extorsões (27%), de sequestros
(22%) e 7,2% de outras fontes, inclusive investimentos.
É esse vínculo com a criminalidade, que os guerrilheiros negam
uma e outra vez, que faz com que
a luta armada seja encarada de
maneira diferente conforme a ótica de cada interlocutor.
Há críticos fortes, como o ex-guerrilheiro (do ELN) Hernando
Corral: "Até no exterior, os que
viam com simpatia a guerrilha
pensam hoje que os fins políticos
dos rebelados foram superados
há muito tempo pelos meios violentos: assaltos, sequestros, assassinatos e aproveitamento econômico dos cultivos ilícitos".
Mas há, igualmente, quem estabeleça uma diferença entre aproveitar-se do crime e ser um bando
de delinquentes. Caso do sociólogo Alfredo Rangel, para quem "as
Farc são um movimento político
em armas, não um grupo de delinquentes comuns".
Completa Rangel: "A obtenção
de recursos econômicos não é seu
objetivo final. Arrecadam muitos
recursos de atividades criminosas, mas seus fins são políticos. Os
recursos arrecadados servem para fortalecer seu aparato militar e
suas bases políticas".
Esta segunda visão ganha adeptos até nos Estados Unidos, a julgar pelo que diz o ex-sub-secretário de Estado dos EUA Bernard
Aronson:
"Se sua agenda contém reformas sociais, alternativas econômicas ao tráfico de drogas e a
abertura do processo político, para sua participação na vida democrática, os Estados Unidos os
apoiarão."
(CR)
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