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São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 2003

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ORIENTE MÉDIO

EUA apóiam ação de Israel em campo palestino

Sob protestos, Israel decide expulsar 15 palestinos da Cisjordânia a Gaza

DA REDAÇÃO

O Exército de Israel decidiu expulsar 15 prisioneiros palestinos originários da Cisjordânia para a faixa de Gaza. A medida foi criticada por grupos de defesa de direitos humanos e pela ANP (Autoridade Nacional Palestina). A expulsão ocorrerá em semanas.
Já o governo americano saiu em apoio a Israel em outra ação bastante criticada. O porta-voz do Departamento de Estado, Richard Boucher, disse que a demolição de casas no campo de refugiados de Rafah (faixa de Gaza), que deixou mais de mil desabrigados, é um "direito de defesa" de Israel. A ação visava descobrir túneis usados para contrabandear armas do Egito.
Na semana passada, os EUA afirmaram que o ataque de Israel à Síria era um direito de defesa.
O presidente da ANP, Iasser Arafat, disse que "a expulsão é o começo das deportações maciças". Para o premiê palestino, Ahmed Korei, "essa é uma flagrante obstrução dos esforços para restaurar a calma". A Anistia Internacional condenou a expulsão.
Os prisioneiros são acusados de envolvimento com o terrorismo, mas não foram julgados. Segundo o Exército, eles poderiam revelar informações de inteligência em um possível julgamento. Em vez de mantê-los detidos, a melhor saída seria a expulsão.
Militares israelenses afirmaram que, se os prisioneiros -a maior parte integrante dos grupos terroristas Hamas e Jihad Islâmico- fossem soltos na Cisjordânia, eles poderiam se envolver novamente em ataques contra israelenses.
Há precedentes de expulsão de palestinos da Cisjordânia para a faixa de Gaza. No ano passado, parentes de um suicida palestino, que o ajudaram logisticamente em um atentado contra Israel, foram enviados para a faixa de Gaza. O mesmo aconteceu com 39 militantes de grupos terroristas que haviam se refugiado na igreja da Natividade, em Belém (Cisjordânia), em maio de 2002.
A transferência de palestinos da Cisjordânia para a faixa de Gaza foi aprovada pela Suprema Corte de Israel apenas para casos envolvendo diretamente terroristas.
Na ONU, a Síria decidiu adiar a votação no Conselho de Segurança de uma resolução condenando Israel pela construção da barreira para separar o seu território da Cisjordânia, com o objetivo de impedir a ação de terroristas.
Os sírios não aceitaram a inclusão no texto da resolução de uma condenação ao ataque terrorista em Haifa (Israel), que matou 20 israelenses. A inclusão era uma exigência dos EUA.

Disputa
Korei repudiou publicamente a indicação de Hakam Bilawi para o Ministério do Interior, feita por Arafat anteontem. A crítica é mais um episódio da crise no governo palestino. A indicação de Bilawi demonstra que Arafat não está disposto a ceder poder na área de segurança. Korei não aceita intervenção em seu gabinete e ameaçou renunciar no próximo mês.


Com agências internacionais

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