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São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 2003

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IRAQUE OCUPADO

França e Rússia criticam proposta dos EUA

Carro-bomba explode diante da Embaixada da Turquia em Bagdá

DA REDAÇÃO

Um suicida se explodiu em carro-bomba ontem em Bagdá, no terceiro ataque desse tipo em uma semana. Desta vez, o alvo foi a Embaixada da Turquia no Iraque. Além do suicida, que dirigia o carro, uma pessoa morreu e 13 outras ficaram feridas no ataque.
A ação foi mais um golpe à ocupação americana do Iraque e ocorreu no mesmo dia em que o governo dos EUA apresentou oficialmente uma nova resolução sobre o país no Conselho de Segurança da ONU. Novamente, o texto, que já fora apresentado informalmente anteontem, encontrou a oposição da Rússia, da França e do secretário-geral da ONU, Kofi Annan. A China aceitou o texto.
Nos EUA, Condoleezza Rice, assessora de segurança nacional, afirmou que o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, ainda é o responsável pela reconstrução do Iraque, apesar de uma reorganização feita pela Casa Branca ter diluído seu poder. O governo criou o Grupo de Estabilização do Iraque, chefiado por Rice, sem consultar Rumsfeld.
Segundo o coronel Peter Mansoon, porta-voz dos EUA em Bagdá, um carro se dirigiu à entrada da Embaixada da Turquia no Iraque. Como o local é bastante fortificado, o carro não conseguiu atingir o alvo, se explodindo um pouco antes. Isso impediu que o número de vítimas fosse maior.
Aliados do ex-ditador Saddam Hussein eram os principais suspeitos. Logo após o ataque, um grupo de pessoas se reuniu e entoou gritos pró-Saddam no local: "Com o sangue e com a alma nos sacrificaremos por Saddam."
O Ministério do Interior da Turquia, por meio de um porta-voz, condenou o atentado. "Assim como o ataque contra a ONU [em agosto], o ataque de ontem demonstra como a situação da segurança no Iraque é terrível."
O Parlamento turco decidiu, na semana passada, que aceita enviar tropas ao Iraque para integrar a coalizão liderada pelos EUA.
Em Karbala (sul do Iraque), facções xiitas rivais se enfrentaram. Testemunhas disseram que houve mortos e feridos, porém não há um número oficial. Em Mossul, no norte do país, forças americanas capturaram o número três do grupo terrorista Ansar al Islam, que é ligado à rede Al Qaeda.

Resolução
Na ONU, os EUA tentam superar as objeções feitas a versões anteriores do texto de sua resolução. A principal mudança agora é a inclusão de 15 de dezembro como data máxima para o estabelecimento de um calendário para as eleições e a Constituição.
Porém o texto não afirma quando deve acabar a ocupação, conforme os países críticos exigem. A proposta americana também não propõe que a ONU reconheça o Conselho de Governo Iraquiano como a administração interina.
Annan disse que o novo texto "não representa uma grande mudança em relação a versões anteriores". A França concordou com Annan. Já a China disse que as mudanças feitas foram positivas.
O objetivo dos EUA é conseguir nove votos no CS. Porém o país não quer que nenhum dos membros permanentes se abstenham de votar. Caso isso ocorresse, as divisões ficariam claras.


Com agências internacionais

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