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IRAQUE OCUPADO
França e Rússia criticam proposta dos EUA
Carro-bomba explode diante da Embaixada da Turquia em Bagdá
DA REDAÇÃO
Um suicida se explodiu em carro-bomba ontem em Bagdá, no
terceiro ataque desse tipo em uma
semana. Desta vez, o alvo foi a
Embaixada da Turquia no Iraque.
Além do suicida, que dirigia o carro, uma pessoa morreu e 13 outras
ficaram feridas no ataque.
A ação foi mais um golpe à ocupação americana do Iraque e
ocorreu no mesmo dia em que o
governo dos EUA apresentou oficialmente uma nova resolução sobre o país no Conselho de Segurança da ONU. Novamente, o texto, que já fora apresentado informalmente anteontem, encontrou
a oposição da Rússia, da França e
do secretário-geral da ONU, Kofi
Annan. A China aceitou o texto.
Nos EUA, Condoleezza Rice, assessora de segurança nacional,
afirmou que o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, ainda é o
responsável pela reconstrução do
Iraque, apesar de uma reorganização feita pela Casa Branca ter
diluído seu poder. O governo
criou o Grupo de Estabilização do
Iraque, chefiado por Rice, sem
consultar Rumsfeld.
Segundo o coronel Peter Mansoon, porta-voz dos EUA em Bagdá, um carro se dirigiu à entrada
da Embaixada da Turquia no Iraque. Como o local é bastante fortificado, o carro não conseguiu
atingir o alvo, se explodindo um
pouco antes. Isso impediu que o
número de vítimas fosse maior.
Aliados do ex-ditador Saddam
Hussein eram os principais suspeitos. Logo após o ataque, um
grupo de pessoas se reuniu e entoou gritos pró-Saddam no local:
"Com o sangue e com a alma nos
sacrificaremos por Saddam."
O Ministério do Interior da Turquia, por meio de um porta-voz,
condenou o atentado. "Assim como o ataque contra a ONU [em
agosto], o ataque de ontem demonstra como a situação da segurança no Iraque é terrível."
O Parlamento turco decidiu, na
semana passada, que aceita enviar
tropas ao Iraque para integrar a
coalizão liderada pelos EUA.
Em Karbala (sul do Iraque), facções xiitas rivais se enfrentaram.
Testemunhas disseram que houve mortos e feridos, porém não há
um número oficial. Em Mossul,
no norte do país, forças americanas capturaram o número três do
grupo terrorista Ansar al Islam,
que é ligado à rede Al Qaeda.
Resolução
Na ONU, os EUA tentam superar as objeções feitas a versões anteriores do texto de sua resolução.
A principal mudança agora é a inclusão de 15 de dezembro como
data máxima para o estabelecimento de um calendário para as
eleições e a Constituição.
Porém o texto não afirma quando deve acabar a ocupação, conforme os países críticos exigem. A
proposta americana também não
propõe que a ONU reconheça o
Conselho de Governo Iraquiano
como a administração interina.
Annan disse que o novo texto
"não representa uma grande mudança em relação a versões anteriores". A França concordou com
Annan. Já a China disse que as
mudanças feitas foram positivas.
O objetivo dos EUA é conseguir
nove votos no CS. Porém o país
não quer que nenhum dos membros permanentes se abstenham
de votar. Caso isso ocorresse, as
divisões ficariam claras.
Com agências internacionais
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