UOL


São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EX-URSS

15 mil pedem renúncia do presidente Shevardnadze por fraude eleitoral

Oposição aumenta pressão na Geórgia

DA REDAÇÃO

Cerca de 15 mil georgianos foram às ruas ontem em Tbilisi para pedir a renúncia do presidente Eduard Shevardnadze. Após comício, o líder oposicionista Mikhail Saakashvili pediu à população que iniciasse uma campanha de desobediência civil para forçar a queda do presidente.
Antes do protesto, Shevardnadze afirmou que o clima de confrontação "pode acabar em uma guerra civil" na Geórgia. Analistas e políticos afirmam que as demonstrações desta semana têm muitas semelhanças com os acontecimentos de 1991 que resultaram em uma onda de violência que causou a morte de 70 pessoas e levou à deposição do antecessor de Shevardnadze.
O presidente da ex-república soviética não deu sinais de que pretende atender aos pedidos de renúncia nem de que vá anular os resultados das eleições parlamentares do último dia 2. No entanto, Shevardnadze e auxiliares têm reiterado estarem abertos ao diálogo. No domingo passado, houve um encontro com líderes oposicionistas no qual não se chegou a qualquer acordo.

Fraudes eleitorais
As eleições foram criticadas pelos Estados Unidos e pela Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa por terem sido realizadas em meio a fraudes e violações das leis. As acusações inflamaram os protestos no país, que na última década esteve mergulhado em crises econômicas e de falta de energia elétrica, crimes e escândalos de corrupção.
"Se nós permitirmos que o que aconteceu em 1991 se repita, a paz não chegará tão cedo ao Cáucaso", disse Aslan Abashidze, líder do partido Renascimento. Embora não seja formalmente aliado a Shevardnadze, o Renascimento costuma dar apoio ao governo.
Logo após as eleições parlamentares, Abashidze viajou para a região autônoma de Adzharia para manifestar apoio ao governo e em seguida partiu para encontros nos vizinhos Armênia, Azerbaijão e Rússia, o que deu margem a especulações de que Shevardnadze estaria articulando para que o aliado o sucedesse.
Na Rússia, Abashidze teve longas conversas com integrantes do gabinete do presidente Vladimir Putin. Mais tarde, o chanceler Igor Ivanov declarou que a Rússia, que ainda tem tropas na Geórgia, "não vai intervir nos assuntos domésticos" do país.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Jornalista de Portugal é sequestrado
Próximo Texto: Israel: Sharon é criticado por ex-comandantes
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.