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EX-URSS
15 mil pedem renúncia do presidente Shevardnadze por fraude eleitoral
Oposição aumenta pressão na Geórgia
DA REDAÇÃO
Cerca de 15 mil georgianos foram às ruas ontem em Tbilisi para
pedir a renúncia do presidente
Eduard Shevardnadze. Após comício, o líder oposicionista Mikhail Saakashvili pediu à população que iniciasse uma campanha
de desobediência civil para forçar
a queda do presidente.
Antes do protesto, Shevardnadze afirmou que o clima de confrontação "pode acabar em uma
guerra civil" na Geórgia. Analistas
e políticos afirmam que as demonstrações desta semana têm
muitas semelhanças com os acontecimentos de 1991 que resultaram em uma onda de violência
que causou a morte de 70 pessoas
e levou à deposição do antecessor
de Shevardnadze.
O presidente da ex-república
soviética não deu sinais de que
pretende atender aos pedidos de
renúncia nem de que vá anular os
resultados das eleições parlamentares do último dia 2. No entanto,
Shevardnadze e auxiliares têm
reiterado estarem abertos ao diálogo. No domingo passado, houve um encontro com líderes oposicionistas no qual não se chegou
a qualquer acordo.
Fraudes eleitorais
As eleições foram criticadas pelos Estados Unidos e pela Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa por terem sido
realizadas em meio a fraudes e
violações das leis. As acusações
inflamaram os protestos no país,
que na última década esteve mergulhado em crises econômicas e
de falta de energia elétrica, crimes
e escândalos de corrupção.
"Se nós permitirmos que o que
aconteceu em 1991 se repita, a paz
não chegará tão cedo ao Cáucaso", disse Aslan Abashidze, líder
do partido Renascimento. Embora não seja formalmente aliado a
Shevardnadze, o Renascimento
costuma dar apoio ao governo.
Logo após as eleições parlamentares, Abashidze viajou para a região autônoma de Adzharia para
manifestar apoio ao governo e em
seguida partiu para encontros nos
vizinhos Armênia, Azerbaijão e
Rússia, o que deu margem a especulações de que Shevardnadze estaria articulando para que o aliado o sucedesse.
Na Rússia, Abashidze teve longas conversas com integrantes do
gabinete do presidente Vladimir
Putin. Mais tarde, o chanceler
Igor Ivanov declarou que a Rússia, que ainda tem tropas na Geórgia, "não vai intervir nos assuntos
domésticos" do país.
Com agências internacionais
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