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ISRAEL
Política é chamada de catastrófica
Sharon é criticado por ex-comandantes
DA REDAÇÃO
A política do primeiro-ministro
israelense, Ariel Sharon, em relação aos palestinos foi duramente
criticada ontem por quatro ex-comandantes do Shin Bet, o poderoso serviço de segurança interna de
Israel. Na opinião deles, se o país
não retirar suas tropas da faixa de
Gaza e da Cisjordânia e chegar logo a um acordo de paz estará caminhando para uma catástrofe.
"Nós estamos indo ladeira abaixo rumo a uma catástrofe. Se nada acontecer, e continuarmos vivendo pela lei da espada, seguiremos afundando na lama até nos
destruirmos", disse Yaakov Peri,
um dos quatro ex-comandantes,
em entrevista ao jornal "Yedioth
Ahronoth", o maior do país.
O Shin Bet, comandado por
pessoas de variadas tendências
políticas, controla uma rede de informantes palestinos e está na linha de frente da batalha de Israel
contra os grupos extremistas.
Ami Ayalon, um ex-general de
tendências esquerdistas que dirigiu o Shin Bet entre 1996 e 2000,
disse que o governo precisa agir
unilateralmente e retirar tropas e
colonos de Gaza. "Estamos caminhando para uma situação em
que Israel deixará de ser uma democracia e o lar dos judeus", afirmou, fazendo referência às estimativas de que a população palestina irá superar a dos judeus israelenses se seguir a ocupação.
As críticas acontecem num momento em que Sharon está ponderando sobre uma trégua com os
palestinos, após a formação de
um novo governo liderado por
Ahmed Korei. Os militares são favoráveis à trégua, mas o atual chefe do Shin Bet é contra, por acreditar que os grupos extremistas
aproveitariam o acordo para se
preparar para mais ataques.
A entrevista reforça críticas recentes do comandante das Forças
Armadas, Moshe Yaalon. "De
uma vez por todas, nós precisamos admitir que existe um outro
lado, que ele tem sentimentos e
está sofrendo, e que nós estamos
nos comportando de maneira
vergonhosa", afirmou Yaalon.
Uma alta autoridade do governo israelense chamou os quatro
de "ingênuos": "A situação não
está tão delicada como eles dizem.
Nós tivemos grandes conquistas
em nossa luta contra o terrorismo. Mas vamos aliviar a pressão
sobre os palestinos em todos os
lugares em que for possível."
As críticas ocorrem num momento de queda de popularidade
de Sharon, eleito em 2001 prometendo trazer segurança a Israel e
acabar com a Intifada, a revolta
palestina iniciada em 2000.
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