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ARGENTINA
Aníbal Ibarra pode ser cassado
Processo afasta prefeito de Buenos Aires
FLÁVIA MARREIRO
DE BUENOS AIRES
Os deputados de Buenos Aires
decidiram ontem abrir processo
de cassação contra o prefeito da
cidade, Aníbal Ibarra, por sua suposta responsabilidade política
no incêndio em uma boate que
matou 194 pessoas em dezembro
do 2004. Ibarra fica afastado do
cargo até que se julgue o mérito.
A derrota do prefeito no chamado caso Cromagnon -referência
ao nome da casa de show onde
ocorreu a tragédia- foi uma derrota do presidente argentino Néstor Kirchner, seu aliado. A despeito da pressão da Casa Rosada, a
oposição a Ibarra conseguiu os
exatos 30 votos necessários para
acusá-lo formalmente de "mau
desempenho" no caso.
Agora, o Legislatura de Buenos
Aires tem 120 dias para julgar o
prefeito afastado. O vice assume.
Para afastar Ibarra definitivamente, são necessários 10 votos entre
os 15 nomes que formam a "sala
julgadora" da Casa. Como o processo é inédito, estuda-se quem
deve julgar o prefeito, já que parte
da Legislatura será renovada em
10 de dezembro com parlamentares eleitos em outubro último.
Só dez parentes das vítimas estavam autorizados a assistir a votação, depois que a sessão da última quinta-feira acabou em confronto. Os familiares, então, decidiram acompanhar do lado de fora. Com centenas de pessoas e de
opositores a Kirchner, comemoraram a decisão perto dali, na avenida de Maio. Cerca de 500 policiais e barreiras de ferro reforçaram a segurança. Também por segurança, estações de metrô próximas foram fechadas.
Após a decisão, Ibarra acusou a
oposição de manipular a dor dos
familiares para vencer.
O incêndio na boate Republica
Cromagnon foi provocado por
fogos de artifícios lançados durante o show da banda de rock
Callejeros -a maioria das vítimas eram jovens. A casa de show
estava superlotada, a saída de
emergência estava trancada com
cadeados e o alvará do Corpo de
Bombeiros, vencido.
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