São Paulo, terça-feira, 15 de novembro de 2005

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MISSÃO NO CARIBE

Comissão de Direitos Humanos da OEA recebe hoje de grupo supostas provas de abusos

Ativistas denunciam Brasil por mortes no Haiti

IURI DANTAS
DE WASHINGTON

Um grupo de defensores de direitos humanos americanos vai apresentar hoje o que chama de provas de massacres cometidos por tropas das Nações Unidas no Haiti, à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos). O relatório responsabiliza o Brasil, que comanda os capacetes azuis, e os EUA, que custeiam parte das operações.
Composto pelo historiador Noam Chomsky, advogados e intelectuais, "mais de 20 testemunhas vão testemunhar a participação de tropas brasileiras em chacinas", disse Seth Donnelly, um dos envolvidos na elaboração do relatório. Além de envolvimento direto, o Brasil também será apontado porque lidera a Minustah (Missão de Estabilização da ONU no Haiti) e tem responsabilidade sobre toda a atuação dos capacetes azuis em solo haitiano.
Parte do material já foi entregue ao Alto Comissariado de Direitos Humanos e a Philipp Austin, relator da ONU para Execuções Extrajudiciais, em Genebra. Mas as críticas não têm provocado mudanças, segundo o grupo.
"Estamos tentando mudar a situação por todas as vias possíveis", disse Donnelly ontem.
Um dos episódios destacados pelo relatório é a operação militar realizada pela Minustah no dia 6 de julho deste ano, quando cinco pessoas morreram. Os soldados que atuaram na ocasião eram jordanianos, mas o comando da tropa era brasileiro.
Para o grupo, o Brasil se omitiu na preservação de direitos humanos e seus soldados perpetraram execuções sem julgamento.
O vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, afirmou ontem desconhecer o teor das denúncias, mas elogiou a atuação das tropas brasileiras no Haiti.


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