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MISSÃO NO CARIBE
Comissão de Direitos Humanos da OEA recebe hoje de grupo supostas provas de abusos
Ativistas denunciam Brasil por mortes no Haiti
IURI DANTAS
DE WASHINGTON
Um grupo de defensores de direitos humanos americanos vai
apresentar hoje o que chama de
provas de massacres cometidos
por tropas das Nações Unidas no
Haiti, à Comissão Interamericana
de Direitos Humanos da OEA
(Organização dos Estados Americanos). O relatório responsabiliza
o Brasil, que comanda os capacetes azuis, e os EUA, que custeiam
parte das operações.
Composto pelo historiador
Noam Chomsky, advogados e intelectuais, "mais de 20 testemunhas vão testemunhar a participação de tropas brasileiras em chacinas", disse Seth Donnelly, um
dos envolvidos na elaboração do
relatório. Além de envolvimento
direto, o Brasil também será
apontado porque lidera a Minustah (Missão de Estabilização da
ONU no Haiti) e tem responsabilidade sobre toda a atuação dos
capacetes azuis em solo haitiano.
Parte do material já foi entregue
ao Alto Comissariado de Direitos
Humanos e a Philipp Austin, relator da ONU para Execuções Extrajudiciais, em Genebra. Mas as
críticas não têm provocado mudanças, segundo o grupo.
"Estamos tentando mudar a situação por todas as vias possíveis", disse Donnelly ontem.
Um dos episódios destacados
pelo relatório é a operação militar
realizada pela Minustah no dia 6
de julho deste ano, quando cinco
pessoas morreram. Os soldados
que atuaram na ocasião eram jordanianos, mas o comando da tropa era brasileiro.
Para o grupo, o Brasil se omitiu
na preservação de direitos humanos e seus soldados perpetraram
execuções sem julgamento.
O vice-presidente e ministro da
Defesa, José Alencar, afirmou ontem desconhecer o teor das denúncias, mas elogiou a atuação
das tropas brasileiras no Haiti.
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