São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Seqüestradores levam ao menos 45 no Iraque

DA REDAÇÃO

Em mais um dia sangrento no Iraque, dezenas de funcionários do Ministério da Educação Superior foram seqüestrados em Bagdá ontem, numa operação ousada que levou o ministro da pasta a criticar o Parlamento e a ameaçar fechar as universidades do país.
As estimativas oficiais sobre o número de seqüestrados variavam bastante. Um porta-voz do Ministério do Interior disse que o total era de 30 a 40 pessoas, enquanto o de Educação Superior informou haver de 70 a 150 desaparecidos. Mais tarde, um porta-voz do primeiro-ministro disse que foram seqüestradas de 45 a 50 pessoas, das quais 20 já foram soltas.
O episódio envolveu muitos dos problemas de segurança no Iraque: ataques cada vez mais ousados e muitas vezes dirigidos à elite educada; suspeitas de envolvimento das forças de segurança, predominantemente xiitas; e uma crescente desconfiança entre os partidos governistas, dominados pelos xiitas, e a minoria sunita.
Logo após o incidente, o ministro da Educação Superior, o sunita Abdel Salam Thiab, foi até o Parlamento e interrompeu uma sessão televisionada para acusar o governo do premiê Nuri al Maliki, xiita, de não atender aos reiterados pedidos de melhoria da segurança.
Recentemente, acadêmicos passaram a ser alvos freqüentes de ataques violentos, assim como outros grupos profissionais, entre os quais médicos e enfermeiras.
Theyab chegou a determinar o fechamento de todas as universidades, mas a ordem foi suspensa depois que a a polícia e o Exército prometeram melhorar a segurança nessas instituições e no ministério.
Já o Ministério do Interior anunciou a prisão de cinco oficiais da polícia supostamente envolvidos na ação, inclusive o delegado da região de Karradah, onde houve a ação.
O premiê iraquiano disse que o seqüestro é resultado de disputas entre grupos armados patrocinados por diferentes facções políticas.
Ontem, em diversos ataques pelo país, ao menos 117 pessoas foram mortas.


Com agências internacionais e o "New York Times"


Texto Anterior: Ativistas vão à Justiça contra Rumsfeld
Próximo Texto: Rede árabe de notícias Al Jazeera lança canal mundial falado em inglês
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.