São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 2006

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Agência detecta plutônio e urânio no Irã

Inspetores encontram traços dos elementos, que podem ser usados em armas atômicas, em lixo nuclear; AIEA quer explicação

Ahamadinejad anuncia que está próximo de completar seu programa nuclear; para EUA, é o que faltava para mostrar intenção bélica

DA REDAÇÃO

Inspetores da AIEA (agência de energia atômica da ONU) encontraram no Irã traços de plutônio e de urânio enriquecido, num depósito de lixo nuclear. O país, acusado pelos EUA e por governos europeus de desenvolver ilegalmente um programa de armas atômicas, foi chamado a dar explicações.
A informação da AIEA consta de relatório a ser apresentado na próxima semana, num encontro de 35 países. Segundo a agência, o Irã não colabora com seus inspetores e, por isso, não é possível afirmar que o programa nuclear tem fins exclusivamente pacíficos. "A agência continuará incapaz de progredir em seus esforços para verificar que não há material nuclear não declarado" se não houver cooperação, afirma.
Os inspetores confirmaram que o Irã continua a enriquecer urânio, em desobediência a resolução do Conselho de Segurança da ONU. Tanto o plutônio quanto o urânio enriquecido podem ser usados para a construção de armas nucleares. O Irã insiste que seu programa tem o objetivo de obter energia.
Ontem, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou que o país está muito próximo de completar seu programa nuclear e disse que a comunidade internacional já concorda em reconhecê-lo.
Segundo ele, embora os países ocidentais tenham ficado "muito bravos" de início, "finalmente concordaram em viver com um Irã nuclear". O Conselho de Segurança continua a exigir a suspensão do programa de enriquecimento de urânio.
Apesar da ameaça de sanções ao país, o iraniano anunciou o plano de chegar a 60 mil centrífugas para produzir combustível para as centrais nucleares, dizendo esperar "celebrar a total nuclearização" até março -aparente referência ao domínio do ciclo de obtenção do combustível. O país tem dois centros de 164 centrífugas cada um e outros centros menores e quer chegar às 3.000 até o fim do ano. Especialistas estimam que com 1.500 seja possível produzir uma arma nuclear.
O anúncio de Ahmadinejad ocorre enquanto o Conselho de Segurança tenta chegar a um acordo sobre um esboço de resolução com sanções ao Irã. Os EUA disseram que a declaração do iraniano "deveria servir para convencer quem duvidava que o Irã busque armas atômicas".


Com agências internacionais


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