São Paulo, quinta-feira, 15 de novembro de 2007

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Chávez volta a atacar empresas da Espanha

Bate-boca no Chile iniciou a crise diplomática

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, aumentou o tom de suas críticas e ameaças contra a Espanha por causa do "Por que não te calas?" que lhe dirigiu o rei Juan Carlos no fim de semana, no Chile. Chávez disse ontem que está investigando os negócios de todas as empresas daquele país na Venezuela.
"Neste momento, estou submetendo a uma profunda revisão as relações políticas, diplomáticas e econômicas com a Espanha. Isso significa que as empresas espanholas precisam prestar mais contas, e eu vou ficar de olhar no que estão fazendo aqui", disse o presidente em entrevista a uma TV local.
Empresas espanholas têm uma forte presença na economia venezuelana, sobretudo em bancos (Santander e BBVA) e na telefonia (Telefónica).
Chávez também fez duras críticas ao atual premiê espanhol, o socialista José Luis Zapatero: "Com um presidente que defende um fascista [o ex-premiê espanhol José María Aznar] e atropela a verdade e um rei que pretende atropelar a dignidade de um povo, é difícil ter boas relações", afirmou.
O presidente venezuelano também disse que o rei espanhol "deveria pedir desculpas" por tê-lo mandado calar a boca.
A confusão diplomática teve início durante a 17ª Cúpula Ibero-Americana. Após Chávez ter chamado o conservador Aznar de "fascista", Zapatero exigiu "respeito" do venezuelano. Durante o altercado entre os dois, o rei gritou a já histórica frase.
Madri optou por não alimentar o bate-boca. O chanceler espanhol, Miguel Ángel Moratinos, disse que a "persistência declarativa" de Chávez prejudica o fim da crise diplomática.

Referendo
Também ontem, estudantes oposicionistas e governistas voltaram a realizar manifestações em torno do referendo da reforma constitucional.
No interior, dois estudantes da oposição foram baleados anteontem durante manifestação em Barinas (oeste), capital do Estado natal de Chávez, administrado por seu pai, Hugo de los Reyes.
Apesar da proximidade do referendo -dia 2 de dezembro-, Chávez começa hoje uma viagem internacional de seis dias que incluirá França, Irã e Arábia Saudita, onde participará da cúpula da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Uma escala em Portugal não foi confirmada.


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